Leandro Quadros

30 Perguntas aos que Creem na Imortalidade da Alma

INTRODUÇÃO

O autor do presente estudo é o Prof. Azenilto Brito. Teólogo, jornalista, tradutor e mantenedor do Ministério Sola Scriptura, é um dos nomes da apologética cristã adventista no Brasil. Entre as funções que exerceu, foi redator associado da Revista Adventista, e seus artigos escritos no período em que trabalhou para a Casa Publicadora Brasileira podem ser encontrados no acervo on-line da Revista Adventista:  http://acervo.revistaadventista.com.br

Azenilto Brito é autor de dois livros: “O Desafio da Torre de Vigia” (em breve darei a vocês informações de como podem ter esse rico material para evangelizar irmãos e amigos Testemunhas de Jeová) e “O Desafio das Drogas”, com ricas informações aos familiares que padecem por causa do vício de um ente querido.

Atualmente, o Prof. Brito reside no Havaí, EU. Mesmo aposentado, trabalha para a Adventist News Network (Rede Adventista de Notícias) como tradutor do noticiário adventista mundial para a língua portuguesa. reside no Havaí, EUA.

Aproveite bem esse rico material em que ele questiona a doutrina da imortalidade natural da alma, e reflita em cada uma das questões com sua Bíblia aberta. Deixe por um momento qualquer ideia preconcebida, e será ricamente abençoado (a) com o conhecimento que o Espírito Santo lhe proporcionará.

Ótima leitura!

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este questionário é antecedido por uma iluminadora concatenação de textos que vão aos ALICERCES do ensino bíblico da criação do homem original, modelo de todos os outros homens [e mulheres] criados desde então. Após análise desses alicerces do ensinamento bíblico, terá à sua disposição 30 perguntas que lhe ajudarão a avaliar (ou reavaliar) a crença grega na imortalidade natural da alma.

São estes os alicerces bíblicos para a compreensão da natureza do homem e seu destino após a morte:

1º alicerce: Gênesis 2:7 apresenta a ‘montagem’ ou criação do homem, SÓ de dois elementos —“pó da terra” + “fôlego de vida”. Assim, o homem se faz “alma vivente”. Não é dito que o homem TEM alma (imortal) e sim que É alma (vivente). Na formação do homem não ENTRA nenhuma “alma imortal”.

2º alicerce: Na ‘desmontagem’ do homem (morte), como tratado por Salomão em Ecl. 12:7, o pó volta à terra, como era, e o espírito-ruach (fôlego vital) volta para Deus que o deu. O texto fala tanto do pó quanto do espírito-‘ruach’ de TODOS os homens (não só dos salvos). Na morte do homem não consta que SAI qualquer “alma imortal”.

3º alicerce: Davi usa linguagem semelhante à de Salomão em Ecl. 12:7 no Sal. 104:25-29 falando da morte DOS ANIMAIS: Deus remove a respiração-ruach, e esses ANIMAIS voltam ao pó.

4º alicerce: Temos então Salomão em Ecl. 3:19-21 falando didaticamente sobre como a sorte de homens e animais é idêntica na morte. “Assim como morre um, morre o outro” porque tanto homens como animais “têm o mesmo fôlego de vida-ruach”.

5º alicerce: Davi prossegue dizendo que na morte não há a mínima consciência—Sal. 146:3, 4; pois os mortos “não louvam ao Senhor” nem os que “descem ao silêncio” (um paralelo muito instrutivo—Sal. 6:5, 115:17), sendo que a sua própria morte representaria para ele a não-existência (Sal. 39:13).

6º alicerce: E no antiquíssimo livro de Jó, aquele Patriarca confirma como a morte é a inexistência em termos bem claros: Jó 7:21, 14:7-14. E ele ainda fala de quando se encontraria com o seu Redentor—não quando morresse e fosse de imediato para o céu com sua alma, mas sim quando Ele Se levantasse sobre a Terra, e O veria com o seu próprio corpo renovado: Jó 19:25-27.

Agora o amigo leitor poderá refletir devidamente nas 30 perguntas direcionadas àqueles que creem na imortalidade da alma.

AS 30 PERGUNTAS

1ª: Se Deus colocou no ser humano uma alma imortal, então por que razão existiria a “árvore da vida” no Jardim do Éden?

Observações: Se o homem continuasse comendo da árvore da vida, se tornaria imortal (cf. Gên. 3:22). Contudo, foram expulsos do Jardim do Éden, para não mais comerem da árvore da vida, e dois querubins ficaram na guarda do Jardim para que não tomassem da árvore e vivessem eternamente (cf. Gên. 3:24). Tudo isso seria totalmente desnecessário se já possuíssem uma alma imortal.

2ª: Por que em Gên. 2:17 lemos claramente sobre o homem experimentando a morte de forma definitiva (até à ressurreição), sem qualquer pista de uma morte só de parte do seu ser (do corpo)?

Observações: No original hebraico lemos moth tâmuth—traduzido literalmente por “morrendo morrereis”. A morte seria o fim total de qualquer existência humana, corpo e alma, pois, como consequência do pecado, o processo de morte teria início a partir do primeiro falecimento. A verdade incontestável é que não existiria nenhum estado de vida entre a morte e a ressurreição, como Davi também refere ao falar da própria morte como uma condição de não-existência (Sal. 39:13).

3ª: Por que Moisés, no seu detalhado relato da criação do homem, não deixa a mínima pista de uma “alma imortal” como componente essencial da vida humana, exclusivo de sua existência, na criação?

Observação: Seria esse o momento certo de tratar do assunto, sendo que Moisés oferece tantos detalhes dos atos divinos na obra da Criação em geral, e do homem, em particular.

4ª: Por que Moisés emprega a mesma linguagem (palavras exatas) para “alma vivente” tanto em relação ao homem quanto aos animais (comparar Gên. 2:7 com 1:20 e Lev. 11:46)?

Observações: Tradutores de algumas versões da Bíblia traduziram as palavras hebraicas nephesh hayyah como “criatura vivente” quando referindo-se aos animais, contudo, não há a mínima variante. É exatamente a linguagem de que Moisés se vale para tratar de “alma vivente” referindo-se ao homem.

Por que Moisés trata na mesma base o fôlego de vida do homem e dos animais, com linguagem tão semelhante (Gên. 2:7; 6:17)?

Observações: O fôlego de vida não pode ser algo imaterial, imortal, que sobrevive à matéria, pois não há tal definição bíblica para “alma”, e nunca tal palavra é modificada pelos adjetivos “imortal” ou “eterno” na Bíblia toda. A expressão “fôlego de vida (neshamah)” em Gên. 2:7 apenas indica que Deus soprou nas narinas de Adão, não uma alma imortal, mas a respiração, pois é claro o paralelo entre tal termo, e ruach, como em Jó 33:4. Esse paralelismo entre o “espírito de Deus” e “o sopro do Todo-poderoso”, se acha com frequência na Bíblia, como em Isa. 42:5; Jó 27:3; 34:14-15. Isso sugere que os dois termos são usados intercambiavelmente, ambos fazendo referência ao dom da vida concedido por Deus a Suas criaturas mediante esse fôlego vital.

6ª: Como prova que o fato de Deus ter soprado particularmente o fôlego de vida no homem faz com que tal fôlego seja uma “alma imortal”, quando não há a mínima informação sobre isso transmitida pelo autor, o que seria algo de muitíssima importância para definir a natureza humana?

7ª: Como prova que o fato de Deus ter soprado particularmente o fôlego de vida no homem faz com que tal fôlego seja um “espírito imortal”, quando há clara informação de que “o mesmo fôlego de vida” do homem é atribuído aos animais, tanto no relato da criação, quanto milênios depois, nas palavras do sábio Salomão (ver Ecl. 3:19-21)?

Observações: Salomão dedica-se a uma profunda reflexão da vida humana e mostra que “tudo é vaidade”, já que nem mesmo na morte o homem leva vantagem sobre os animais. Se ele cresse na imortalidade da alma, não empregaria tal linguagem para evitar ambigüidade ou para não transmitir noções materialistas. Mas até a descrição dele da morte do homem, com a retirada do fôlego de vida, se assemelha à forma como o salmista se refere à morte dos animais (comparar Ecl. 12:7 com Sal. 104:25-29).

8ª: Por que o salmista Davi confirma não só que animais e homens têm o mesmo fôlego de vida (comparar Ecl. 12:7 e 3:19-21 com Sal. 104:25-29), como também que na morte prevalece a inconsciência (Sal. 6:5, 13:3; 146:3-4) e a total inexistência (Sal. 39:13) ?

Observações: Davi reflete ainda profundos pensamentos sobre a condição de não-existência dos que morrem no Sal. 88:3-6, e indica que os que morrem não louvam ao Senhor, utilizando o significativo paralelo sinônimo de “mortos” e “descem ao silêncio” (Sal. 115:17).

9ª: Por que o homem precisaria de uma alma imortal, já que não iria morrer, segundo o projeto original da criação divina, e sim viver eternamente como um ser físico, num paraíso físico (aliás, como também se daria com os animais) ?

Observações: O pecado é um intruso neste planeta que trouxe morte física e espiritual ao homem. Mas o “plano de contingência” divino é a ressurreição final, uma providência tomada APÓS o pecado, como parte de Seu plano restaurador. A ressurreição integra o “esmagar a cabeça” da serpente no conflito entre o bem e o mal (Gên. 3:15), já que a vitória sobre a morte ocorre em função da ressurreição dos mortos, não de o indivíduo superá-la por contar com algum elemento espiritual que prevalece sobre a morte (ver 1 Cor. 15:52-55).

10ª: Quando exatamente a “alma imortal” é introduzida no ser vivo? Ao ser o óvulo fecundado? Ao sair o bebê do ventre materno e respirar por primeira vez, já que se cria o paralelo fôlego—de vida/alma imortal?

Observações: A dificuldade de estabelecer o início da posse dessa “alma imortal” é imensa, sobretudo quando os dualistas fazem a ligação ‘fôlego de vida/alma imortal’. Pois o feto NÃO RESPIRA na bolsa maternal, estando envolvido por fluídos até ser dado à luz.

11ª: Sendo que consta ser Moisés o autor do antiquíssimo livro de Jó, não parece estranho que em tal livro ele não deixe a mínima pista de uma noção dualista, pois retrata o patriarca expressando uma visão holista, não dualista (ver observação a seguir)?

Observações: O livro de Jó é um golpe de morte sobre a noção dualista. O patriarca compara a morte a um rio que se seca e a um lago cujas águas são drenadas, e quando se refere diretamente ao estar com Deus, fala do tempo quando o Redentor “Se levantará sobre a Terra”, sem deixar a mínima pista de uma alma indo ao Seu encontro (ver 14:7-14 e 19:25-27).

12ª: Onde exatamente se situa a “alma imortal”? Já que se estabelece o paralelo ‘fôlego de vida/alma imortal’, e Jó declara a certa altura, “enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz” (Jó 27:3), é aí que se situa essa “alma imortal”, no nariz de cada um?

Observações: Se o paralelo ‘fôlego de vida/alma imortal’ for válido, realmente essa alma entra e sai no organismo, pelo menos em boa quantidade, o tempo todo, saindo contaminado (gás carbônico) e entrando novo fôlego de outra substância (oxigênio) para purificar o sangue. Coisa bem estranha para parecer algo fluídico que tem consciência e para sempre permanece após a morte.

13ª: Por que Jesus diz a Seus seguidores que iria subir para lhes “preparar lugar”, mas a ênfase está no momento do reencontro com eles quando retornasse para os receber, e não quando morressem e suas almas fossem para o céu para as irem ocupando (João 14:1-3)?

Observações: A opinião popular é de que na morte a alma dos falecidos salvos vai para o céu, quando encontram a Cristo e todos os demais que para lá foram antes. Contudo, é estranho que Jesus não diga nada sobre essas moradas estarem disponíveis antes do tempo de Seu retorno, deixando implícito que só então levará os Seus consigo para ocuparem ditas moradas.

14ª: As palavras de Jesus em João 5:28 e 29, sobre a ressurreição final de salvos e perdidos, são antecedidas pela Sua declaração: “. . . vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem, viverão” (vs. 25). Por que VIVERÃO só a partir de então, quando deviam estar vivos num estado intermediário, como “almas imortais”?

Observação: A linguagem de Cristo pelo contexto torna claro que os que VIVERÃO são os que estiverem nas sepulturas, não em alguma parte do universo—céu, inferno, purgatório, hades. . .

15ª: Por que Jesus, quando confortava as irmãs do falecido Lázaro, além de ter empregado antes a metáfora do sono—“Nosso amigo Lázaro está dormindo. . .”—não lhes indicou que o falecido estava na glória celestial, mas referiu-lhes a esperança da ressurreição (João 11:17-27)?

Observações: É comum consolarem-se os enlutados falando de como seus falecidos estão felizes por terem trocado este mundo de sofrimento e dor pela habitação nos “páramos da glória. . .”. Contudo, não é este o quadro do diálogo de Cristo com as irmãs de Lázaro. O tema da conversação deles não é o suposto destino celestial do fiel seguidor de Cristo, mas a FUTURA ressurreição dos mortos.

16ª: Quando Cristo ressuscitou Lázaro, já morto por quatro dias, tirou-o do céu, do inferno ou do purgatório? Se foi do céu fez-lhe uma maldade trazendo-o de volta para sofrer na Terra. Se do inferno (pouco provável, pois era um seguidor do Mestre), concedeu-lhe uma segunda oportunidade de salvação, o que é antibíblico.

Observações: Lázaro ressuscitou e não trouxe nenhuma informação do mundo do além. Se tivesse algo a contar, sem dúvida João teria o maior interesse em reproduzir o seu testemunho no seu evangelho.

17ª: Quando Jesus diz que o Seu Pai “não é Deus de mortos, e, sim, de vivos” (Mat. 22:32), estava querendo demonstrar a imortalidade da alma ou tais palavras refutam exatamente tal ideia?

Observações: A resposta está no relato paralelo de Luc. 20:37-40, especialmente no segmento, “E que os mortos hão de ressuscitar, Moisés o indicou no trecho referente à sarça, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem”. Os saduceus não perguntaram, no contexto: “E quando esses sete irmãos forem morrendo e suas almas forem chegando no céu. . .” Percebe-se que o enfoque jaz totalmente sobre a ressurreição dos mortos. E também digno de nota é o detalhe de que Cristo fala dos que hão de ser dignos de “alcançar a era vindoura [a consumação dos séculos] E A RESSURREIÇÃO DENTRE OS MORTOS”.

18ª: Por que Cristo e Paulo acentuam que os mortos ressuscitarão ante a voz do arcanjo e a trombeta divina, despertando do sono da morte (Mat. 24:30, 31; 1 Tes. 4:16), quando supostamente suas almas vêm do céu, inferno, purgatório para reincorporarem, estando já bem despertas?

Observações: A metáfora do sono é constante, tanto no VT quanto no NT, representando a morte. Diante de claras passagens que tratam da inconsciência dos mortos percebe-se por que se dá o uso de tal metáfora, como no Sal. 13:3–“o sono da morte”; em Dan. 12:2–“dormem no pó da terra”; João 11:11–“Lázaro adormeceu”; 1 Tes. 4:13—“os que dormem”; 1 Cor. 15:18—“os que dormiram em Cristo”. . .: é que na morte prevalece uma condição de INCONSCIÊNCIA para os que morreram. Outros textos que falam da morte como um sono: Sal. 146:1-4; Ecl. 9:5,10; Isa. 38:18,19; 1 Re. 2:10; 1 Re. 11:43; Jó 14:10-12; Jer. 51:39.

19ª: Por que Paulo, ao discutir específica e detalhadamente em 1 Tes. 4:13-18 e, especialmente, em 1 Coríntios 15, como será o reencontro final de todos os salvos com o Salvador em parte alguma fala de almas vindas, seja de onde for, para reincorporarem?

Observações: Como no início da história do homem não consta qualquer “alma imortal” sendo introduzida no ser original, nada consta sobre almas vindas do céu, inferno ou purgatório para reincorporarem quando do surgimento dos que se foram, na ressurreição.

20ª Paulo diz aos tessalonicenses que não deviam lamentar pelos amados que “dormiam”, recomendando: “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (vs. 18). Por que nunca diz que já desfrutavam as bênçãos celestiais, e sim que estavam “dormindo” e seriam despertados?

Observação: A consolação derivaria da esperança da ressurreição, não do fato de que os que “dormiam” estivessem no desfrute das glórias celestiais.

21ª: Por que, ao enviar consolações à família de Onesíforo (já morto), Paulo nada fala também de que ele já estivesse desfrutando das bênçãos paradisíacas; pelo contrário, de novo foca-se inteiramente na esperança de alcançar a misericórdia de Deus “naquele dia” (cf. 2 Tim.1:17)?

Observação: Se Onesíforo tivesse morrido e ido para o céu, a misericórdia divina já lhe teria sido propícia, mas Paulo obviamente não fala daquele dia no sentido de ser o de sua morte.

22ª: Paulo diz claramente que sem a ressurreição dos mortos—confirmada e garantida pela do próprio Cristo—“os que dormiram em Cristo pereceram” (1 Cor. 15:16 a 18). Por que pereceram, já que deviam estar garantidos no céu?

Observações: O tema dominante do capítulo é a ressurreição dos mortos, assim a lógica da pergunta é inescapável. 1 Tes. 4:14 diz que Cristo “trará juntamente em Sua companhia os que dormem”, mas todo o teor da passagem e do ensino bíblico é de que Ele os trará, não do céu, mas das sepulturas (ver João 5:28, 29; Dan. 12:2).

23ª: Mais adiante no mesmo capítulo Paulo confirma o dito nos vs. 16 a 18, acentuando que arriscou morrer lutando com feras, dando a entender que se morresse estaria também perdido (vs. 32). Ao comentar, “comamos, bebamos que amanhã morreremos”, não indica claramente que sem a realidade da ressurreição, não há esperança alguma de vida eterna?

Observações: À luz da pergunta anterior, esta se revela prova irrefutável de que Paulo não pensava em termos de uma “alma imortal” indo para o céu quando da morte, pois não tinha ele próprio tal esperança. Sua expectativa é expressa em 2 Tim. 4:6-8 onde fala que “naquele dia” esperava receber o seu galardão eterno. Para ele, não fosse pela ressurreição, nem valia a pena viver pois a morte seria o fim de tudo.

24ª: Quando realmente, segundo Paulo em 1 Cor. 15:53, 54, ocorre a vitória sobre a morte—quando da ressurreição dos mortos ou quando a “alma” é liberada da “prisão corporal”?

Observações: Pela interpretação popular do “morrer e ir pro céu”, a morte é contraditoriamente derrotada PELA PRÓPRIA MORTE, pois com a liberação da “alma imortal” quando da morte do corpo, não ocorre realmente morte, mas preservação da vida e consciência de quem dá o último suspiro, noutra dimensão.

25ª: À luz de 2a. Cor. 5:8 e contexto imediato, se o termo “despido” se refere a uma condição incorpórea onde Paulo JÁ ESTARIA com Cristo, então por que razão ele diz tão claramente que NÃO QUERIA ESTAR DESPIDO?

Observações: Se Paulo queria estar com Cristo, mas não despido, é porque não estaria com Cristo sem um corpo, mas REVESTIDO com o corpo glorioso da ressurreição. Por isso fica ÓBVIO que ele cria que só estaremos com Cristo com corpos ressurretos, não em forma de espírito incorpóreo (despido) num estado intermediário.

26ª: Por que em 2ª. Cor. 4:14, exatamente no capítulo anterior ao de 2ª. Cor. 5:1-8, Paulo fala de reencontrar os crentes que conhecia (muitos dos quais ganhou para a fé cristã), mas a ênfase dada é “nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco”?

Observação: Pelo raciocínio dualista, ele os reveria quando morresse e fosse imediatamente para o céu, sem essa longa espera até a ressurreição do dia final.

27ª: Por que Pedro fala do regozijo e exultação dos crentes, ligando isso à “revelação da Sua glória [de Cristo]”, e acentua que “quando se manifestar o Sumo Pastor” é que a “imarcescível coroa de glória” seria atribuída aos crentes (ver 1 Ped. 1:3-7, 13; 4:12, 13 e 5:4)?

Observações: A revelação da glória de Cristo se dará quando de Seu advento. Ora, se Pedro cresse na imortalidade da alma não teria por que falar em regozijo e exultação dos crentes ligando isso diretamente àquela ocasião. Se fossem com suas almas para o céu, seguindo-se à morte, não iriam ali exultar e alegrar-se? Na perspectiva do Apóstolo, porém, só quando da “revelação da Sua glória” é que tal sentimento de felicidade se confirmaria, “quando se manifestar o sumo Pastor”.

28ª: Por que o apóstolo João acentua a confiança para os crentes “no dia do juízo” e não no dia da morte, quando a “alma imortal” supostamente iria entrar no céu, além de utilizar as sentenças “quando Ele Se manifestar” e “na Sua vinda” como referencial da eterna redenção (ver 1 João 2:28; 3:2, 3; 4:17)?

Observação: Isto mostra que, assim como Paulo e Pedro, João não cria nem ensinava a doutrina de origem pagã da imortalidade da alma.

29ª: Por que as palavras “alma” e “espírito” aparecem tantas vezes na Bíblia, em diferentes sentidos e contextos, mas nunca acompanhadas dos adjetivos “imortal”, “eterno”, “perpétuo”, além de que, em vez de declarar que alma não morre jamais, lemos é sobre morte da alma, tanto no VT quanto no NT (Eze. 18:4 e Tia. 5:20)?

Observações: A crença na ressurreição final de todos os mortos é característica do cristianismo genuíno que não devia acolher noções claramente do paganismo. Tais noções derivam da primeira mentira proferida pelo diabo sobre este planeta, “É certo que não morrereis” (Gên. 3:4).

30ª: Não é muita coincidência que todos os povos pagãos sempre se caracterizaram em sua crença na imortalidade da alma, até atribuindo almas e espíritos a animais ou coisas inanimadas, como florestas, rios, lagos, vulcões?

Observações: Não se sabe de nenhum povo pagão, do presente ou do passado, que tenha deixado de crer em “almas” e “espíritos”, para crer que “vem a hora . . . em que os que estão nas sepulturas ressuscitarão; os que fizeram o bem, na ressurreição da vida; os que fizeram o mal, na ressurreição da condenação” (João 5:28, 29).

NOTA: As perguntas 1ª., 2ª., 21ª e 25ª. e suas observações baseiam-se em discussões sobre o tema do livro de Lucas Banzoli, A Lenda da Imortalidade da Alma.

 

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28 respostas

  1. O certo é que: se houver um poucochinho de humildade em quem elaborou essas perguntas deverá dizer também que a passagens nas Escrituras para outros cristãos pensar ao contrário discordando de tal visão.

  2. Paz de Deus a todos…se realmente a alma fose imortal nao deveriamos esperar a vinda de Cristo ao ponto que ao morrermos e alcançarmos a salvaçao iriamos estar com o Senhor na gloria se formos dignos disto…..mas entao a escritura e mentirosa pois ela deixa clara que os mortos que dormiram em cristo ressusitaram primeiro.e nesta promessa gloriosa que tevemos de creer e esperar…por muito tempo fui contra os adventistas ainda reluto em alguns pontos mas tambem sei que muitas mentiras sao levantadas contra eles.pois havia ja lido e escutado que eles propios agreditavam na imortalidade da alma e isso e uma mentira.

  3. Tenho algumas objeções a esta doutrina, em primeiro lugar os adventistas creem que o homem é composto de dois princípios? A alma, ou princípio vital que se separa do corpo no momento da morte, e cujo corpo material será decomposto retornando ao pó, ou a massa de onde ele tinha sido retirado?

  4. Vamos ao contraditório: peço a gentileza de que o autor e os comentadores leiam os livros da patrística. A editora Paulus tem uma coleção de 41 livros. Cuidado por que se lerem podem se converterem, como muitos, a verdadeira igreja de Cristo. Vocês acreditam que o cristianismo e sua verdade nasceram com a Bíblia? Se assim foi o Cristianismo só nasceu depois de mais de 3 séculos, o que é um absurdo. Este livro sagrado organizado pela Santa Igreja Católica não pode ser interpretado por qualquer seita ou indivíduo. Sem a sagrada tradição e o sagrado magistério da igreja católica a verdade de Cristo se desfaz em mentiras, confusões e infelizmente condenação das almas. Se não tiverem disposição para lerem os livros ( realmente é extenso e da trabalho) deixo aqui um link sobre o que pensaram os primeiro Cristãos (Patrística), aqueles que conviveram com os apóstolos e que tem toda autoridade sobre o ensinamento cristão/bíblico.

    http://apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/estudos-patristicos/794-pais-da-igreja-e-a-imortalidade-da-alma

  5. Eu nao concordo na biblia. Ha diversas pssg. Como rico e lazaro. O ladrao que se arrependeu. Pra quando uma pssg biblica que mostra claramente o que sera a ressureiçao esta em Ezequiel 37. O valle de ossos secos. Jesus

  6. Por favor Prof.L.Q faça uma seleçao de textos dos quais os ¨testemunhas de Jeova¨ usam para dizer que Jesus Cristo é um ser criado,e tambem que o Espírito Santo e apenas uma força ativa de Deus,e nos ajude a refuta-los…
    abraçao amado Prof

  7. Excelente haha, muito bom mesmo ^_^

    Continue fazendo mais artigos como esse professor, esse assunto tem que ser levado a tona para as pessoas não serem enganadas….

    Dúvida:

    “Observações: Se o homem continuasse comendo da árvore da vida, se tornaria imortal”

    Não entendi essa parte, vc fala como se o homem quando estava no paraíso comia da arvore da vida, mais afinal a bíblia não fala que ele comeu da árvore (ou fala)

    Deus diz que era melhor ele tirar o homem do Jardim para não comer do fruto e viver eternamente, dando a entender que uma mortida na fruta já daria a vida eterna.

    Foi um erro de interpretação meu?? Explique professor.

    Abraço amigo, Deus abençoe

  8. Levando em consideração a pergunta 10, eu acredito que desde a fecundação já há vida, pois a partir da quinta semana de gestação já se ouve o coração do bebê no ultrassom, é de fato uma vida, com sangue, órgãos, é provador que os bebes mesmo durante a gestação tem memória, se vc canta, conversa, lê histórias e depois dele nascer se vc repeti-las o bebe acalma-se, então, ele já possui uma consciência. Sou mãe de duas meninas, e cada características delas notadas na vida intra uterina e depois de nascer são muito semelhantes. Quem é mãe sabe.

  9. Muito bom o estudo, sou um ex-Espírita e hoje sou um Adventista do Sétimo Dia, e gosto de contar meu testemunho de como JESUS mudou a minha vida, sei que tem muita gente dentro da IASD que acredita na Imortalidade da Alma e sinto no meu coração cada vez mais a vontade de pregar sobre o assunto e contando meu testemunho, obrigado pelo material foi de muita valia.

    1. É estranho isso de “eu sou um ex-espírita”, e todos estes, são das vertentes mais modernas do Protestantismo, como se estivessem fazendo um apelo, para suas crenças.
      Mas nenhum sabe de Fato, o q é Espiritismo, o q trata e propõe, e se é apenas uma religião baseada apenas na crença, e em documentos não autoriais, descaracterizados, ou se usou-se por homens de ciências de ponta , num processo histórico, e único na história humana, talvez , certamente o maior confronto cientifico, q nasce com homens notáveis de ciências, de todas as áreas do Conhecimento agregado moderno; onde as religiões cristãs, por não terem metodologia alguma q pudesse ser passada ao crivo da investigação, e não conseguiam como é até hj, explicar Deus , Bom e Justo, e tamanhas diferenças entre povos e pessoas, por muito o bom em sofrimento o o mau em gozo.

      Não se preocupa: As ciências, começaram a chegar onde o Espiritismo chegou. na divisão do córtex lobo frontal, gânglios bases , a eletrofisiologia do pensamento, pois o pensamento antes de neuroquímica, é atividade elétrica, podendo interferir no meio, até mesmo físico, como experimento da equipe de Gregg Baden da N.A.S.A, e outras equipes de dois médicos em Harvard, com copos de água, e a CONSCIÊNCIA, não ter um controle no GENE, sendo q o cérebro, não é mais seu elaborador, e sim ELA, sua gestora, ou seja, toda literatura técnica espírita, sendo confirmada.

      Recentemente o maior experimento moderno em ciências sobre a comunicabilidade espiritual, DEMONSTROU Kardec, e os cientistas das bases espíritas; há outros em andamento, e dois grupos de investigação e escola de médiuns foram criados, por dois renomados cientistas americanos; Da Julie Beishel, phd em biologia , farmácia e toxicologia, da Univ do Arizona e sua equipe , e dezenas de gupos de outros investigadores de vários países, e a equipe do Dr. Gary Schwartz, phd, como Neuropsiquiatra, ganhador do maior prêmio de ciências médicas nos Estados Unidos, com 450 trabalhos científicos publicados, sendo uma das maiores referências modernas em neuropsiquiatria e psicologia.
      Robert Lanza, precursor em clonagem c/nanotecnologia, já aceitando o Universo eletromagnético no seu Biocentrismo.
      Existem os 10 maiores estudos sobre E.Q.Ms, e E.Q.Ms laboratoriais ou induzidas , q demonstram a imortalidade do Espírito ou Alma; um dos maiores neurogeneticistas se não for o maior da atualidade Rudolph E. Tanzi, dizendo-se descrente, mas cedendo à literatura técnica espírita, q já antecipava-se a tudo isso, há décadas e décadas passo a passo.
      Portanto amigo , é muita coisa. Mas… para cada pessoa, conforme sua percepção, o lugar em que ela deve estar.

      Existem mais 5 grupos de cientistas distintos, tbm comprovando a imortalidade do espírito, E NENHUM GRUPO DE ESTUDO DE QUALQUER ÁREA , procurando entender como Elias foi arrebatado vivo aos céus, e atravessar a galáxia, se ela, no mínimo são necessários 20 mil anos luz, e sem afetar a gravidade, onde a única explicação é q os deuses seriam E.T.s, e o pior, ainda criar confusão na mente do crente, distorcendo as Escrituras, e criando a mais absurdas com o vocábulo Alma, q significa homem ou espírito, estados sanguíneos e outros, mas q originariamente, dois; homem e espirito, sendo q o espírito ou seja a Consciência, morreria. Nâo pode haver nada mais absurdo q isso, e é como declarar-se ateu.

      Enquanto isso… a arqueologia moderna, historiadores da cultura judaico-cristã, q além de conhecer o grego, latim , história judaico-cristã, hebraico, ainda trabalham direto nos primeiros documentos da Igreja, demonstrando claramente, o q A RAZÃO, já dizia, q a Teologia, tem origem no mito perso-zoroástrico e greco-romano.
      Abração e Paz de Jesus.
      Como disse Chico: ” O lugar q nos sentimos melhor, q nos faz crescer, é exatamente onde devemos estar.

      E os 10 milhões de espíritas no Brasil, q fizeram o caminho inverso? Aliás, as estatísticas dizem q o Espirita, tem muito mais a origem como católicos, ex-descrentes, e outras formas de pensar, e Evangélico é tão pouco q não tem estatística,

  10. Acho que fica difícil uma pessoa não crer na imortalidade da alma quando não confia nem um pouco na bíblia! Tenho um parente assim. Saiu do cristianismo e foi para o espiritualismo. A bíblia pra ele é estória!

  11. os adventistas estão certos nos não somos imortais só deus é imortal os evangélicos e católicos estão erados.são todos espiritas seguem a mesma linha. eu sou da asembleia e serei em breve um adventista.

      1. Pr Leandro quadros, por favor me explique 2pedro 2:9 onde diz que os impios estao sendo “reservado, sob castigo para o dia do juizo? La diz q estao sendo punidos hoje em algum lugar.. ate o dia do juizo, e nao é em corpo, pois como q um corpo iria durar ate o dia do juizo? Aguardo respostas..

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Sobre o Autor
Prof. Leandro Quadros

Com mais de 20 anos de ensino sobre a Bíblia em igrejas, congressos e programas de TV e rádio, desenvolvi diversos conteúdos – e-books, audiolivros e cursos; para compartilhar os meus aprendizados e tornar acessíveis temas teológicos complexos.

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