Leandro Quadros

Ellen G. White e o Republicanismo

Introdução

Inegavelmente, Ellen White era a favor dos princípios republicanos, não dos “princípios” democratas.

Certamente pode estar espantado(a) com essa afirmação. No entanto, ela é verdadeira, como verá a seguir.

Desse modo, neste post você aprenderá que:

  1. Ellen G. White não misturava religião e política.
  2. Apesar disso, White não era “isenta”.
  3. Ela era totalmente a favor dos “puros princípios republicanos”.
  4. Também advertiu àqueles que são a favor de pautas contrárias à Palavra de Deus, pois acabarão perdendo a vida eterna.

Portanto, leia até o final, tire suas conclusões com oração, e não critique se não vier a ler. Por certo, isso é o mínimo que uma pessoa com nível cultural razoável faz: contra-argumentar contra um post apenas se tiver lido-o, apresentando base sólida para sua argumentação.

Em contrapartida, neste post você não aprenderá:

  1. A ser partidário – Afinal, não avaliamos um líder que será nosso representante considerando o partido ao qual ele faz parte, mas sim o analisaremos através das pautas que defende, e pelos frutos de sua vida, gestão e ideologia: “Pelos seus frutos vocês os conhecerão. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de ervas daninhas?” (Mt 7:16). Mesmo o texto se referindo ao comportamento dos falsos profetas, nos permite avaliarmos qualquer tipo de comportamento humano.
  2. A confiar cegamente nas pessoas – Em outras palavras, o fato de alguém dizer que é cristão ou evangélico não prova que ele realmente o é. Lembre-se de Mateus 7:16: “Pelos seus frutos vocês os conhecerão”.
  3. A brigar com seus irmãos na fé e familiares – Somos chamados a exortar e até mesmo a disciplinar com mansidão as pessoas que estão seguindo por caminhos perigosos. Contudo, não a brigar com elas, como se fossem nossas inimigas:

O servo do Senhor não deve andar metido em brigas, mas deve ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem a ele, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem a verdade, mas também o retorno à sensatez, a fim de que se livrem dos laços do diabo, que os prendeu para fazerem o que ele quer.” (2Tm 2:24-26).

Um esclarecimento muito importante

Antes de tudo, faz-se necessária uma observação de extrema importância. Sou membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia e escrevo como um estudante e pesquisador, não como uma voz oficial da denominação. A igreja tem seus representantes autorizados para falar em nome da organização.

Mesmo assim, como membro da igreja, a liberdade de expressão me é garantida tanto pela igreja quanto pela lei – desde, óbvio, que eu não difame ou contrarie os princípios bíblicos que fazem parte do corpo doutrinário cristão do adventismo.

Logo após esses esclarecimentos, vamos à citação de Ellen G. White. Sem dúvida, ela se constitui numa exortação muito forte àqueles que defendem pautas progressistas contrárias às Escrituras.

Por fim, leia-a com muita atenção, pois pode ser uma das últimas chances que o Espírito Santo terá de abrir seus olhos e curar-lhe da cegueira espiritual na qual se encontra. Aliás, tal cegueira existe por causa da intoxicante ideologia humana.

Ellen G. White e os Sentimentos Políticos

Intitulado “Sentimentos Políticos”, o capítulo 92 da obra Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, de Ellen G. White, não deixa dúvidas de que irmãos que nutrem sentimentos políticos contrários à Palavra de Deus estão sendo levados por Satanás para a perdição.

Em seguida, disponibilizarei todo o trecho e darei alguns destaques, para que perceba a clareza e a seriedade do assunto.

Preparado(a)? Vamos lá:

“Em Rochester, Nova Iorque, em 25 de dezembro de 1865, foram-me mostradas muitas coisas relativas ao povo de Deus e sua obra para estes últimos dias. Vi que muitos professos observadores do sábado não alcançarão a vida eterna. […] Muitos guardadores do sábado não são justos diante de Deus em seus pontos de vista políticos. Não estão em harmonia com a Palavra de Deus, ou em união com o corpo de crentes observadores do sábado. Suas perspectivas não estão de acordo com os princípios de nossa fé. Luz suficiente foi dada para corrigir todos os que desejam ser corrigidos. Todos os que ainda mantém sentimentos políticos que não estão em harmonia com o espírito da verdade, vivem na violação dos princípios de Deus. Enquanto assim permanecerem, não podem possuir o espírito de liberdade e santidade.

“Seus princípios e posições em assuntos políticos são um tremendo impedimento a seu progresso espiritual. Esses lhes são uma constante armadilha e uma censura à fé.

“Os que conservam esses princípios serão levados justamente onde o inimigo terá prazer em aprisioná-los, onde serão por fim separados dos cristãos guardadores do sábado.

“Esses irmão não podem receber a aprovação de Deus enquanto lhes faltar simpatia para com os oprimidos negros, e estiverem em discrepância com os puros princípios REPUBLICANOS de nosso governo.

“Deus não nutre maior simpatia com a rebelião na Terra do que o fez com a revolta no Céu, quando o grande rebelde questionou os fundamentos do governo divino, e foi lançado fora com todos os que simpatizavam com ele em sua rebelião”.[1]

Atentou para os negritos que usei e frases que sublinhei? Caso sim, agora reflita:

=> Há como permanecer no caminho do progressismo, ser neutro ou isento diante de afirmações tão claras e contundentes?

Definitivamente, não.

=> Há como negar que as pautas progressistas, segundo Ellen White, estão em desacordo com a Palavra de Deus?

Também não.

Ellen G. White: a menção aos negros

É provável que alguém desatento se aventure a argumentar que Ellen G. White fala em favor dos democratas por incentivar o apoio aos negros oprimidos. Em contrapartida, no contexto da citação, a simpatia com os negros oprimidos está no contexto do Republicanismo, não no contexto dos democratismo ou do socialismo.

Por que? Não seria a defesa aos negros oprimidos uma pauta exclusiva dos democratas e socialistas? Em contraste, a história apresenta os fatos verdadeiros.

De acordo com Scott David Allen, em seu livro Por que a Justiça Social Não é a Justiça Bíblica, explica que as pautas anti-racismo nos Estados Unidos se originaram entre os Republicanos:

“Os divulgadores da Narrativa Revolucionária culpam pela perpetuação da supremacia branca praticamente todos os que estão à direta do espectro político. Isso é de uma falsidade quase absoluta.” [2]

Ao mesmo tempo, Allen prossegue dando as seguintes razões para essa falsidade histórica e argumentativa[3]:

  • O Partido Republicano foi fundado em 1854 e se opunha à escravidão. Sua missão era deter a disseminação da escravidão nos novos territórios ocidentais, tendo em vista sua abolição total.
  • No infame caso da Suprema Corte que opôs Dred Scott a Sandford, a corte decidiu que o escravo não era gente; escravos eram propriedades. Os sete juízes que votaram a favor da escravidão eram todos democratas. Os dois juízes que discordaram eram ambos republicanos.
  • Durante a Era da Reconstrução, centenas de homens negros foram eleitos para as legislaturas estaduais do Sul pelo Partido Republicano, e vinte e dois republicanos negros serviam no Congresso americano em 1900. Os democratas só foram eleger um negro para o congresso em 1935.
  • Depois da Reconstrução, foram os democratas do Sul que introduziram leis restringindo a possibilidade dos negros de terem propriedades e gerir negócios. Eles introduziram também impostos eleitorais e testes de leitura e escrita para subverter o direito ao voto dos cidadãos negros.
  • O fundador da Ku Klux Klan (movimento reacionário, racista, anti-catolicismo, e antissemitista), Nathan Bedford Forrest, era democrata.
  • O presidente Woodrow Wilson, um democrata, era extremamente racista. Ele segregou novamente várias agências federais e apoiou políticas eugenistas aplicadas aos negros.
  • Margaret Sanger, progressista de extrema esquerda, era racista, defendia a eugenia e foi a fundadora da Paternidade Planejada. O movimento de controle de natalidade e, mais tarde, o aborto, liderados por ela, resultou na morte de um número maior de vidas negras nos Estados Unidos do que o contingente morto durante a escravidão.
  • Jesse Owens, republicano convicto, ganhou quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de Berlim de 1936. Mas foi ignorado pelo presidente Franklin Roosevelt, do Partido Democrata. Roosevelt convidou para a Casa Branca apenas atletas brancos.
  • A única oposição séria no Congresso à Lei dos Direitos Civis, de 1964, foi dos democratas. Oitenta por cento dos republicanos apoiaram o projeto. Os senadores democratas obstruíram o projeto de lei durante setenta e cinco dias.

Por conseguinte, está mais do que explicado o porquê de Ellen G. White, mesmo sendo apartidária, ter afirmado:

“Esses irmãos não podem receber a aprovação de Deus enquanto lhes faltar simpatia para com os oprimidos negros, e estiverem em discrepância com os puros princípios REPUBLICANOS de nosso governo [4]

No fim das contas, o Reino de Cristo é o que vale

Sem dúvidas, para Jesus Cristo, enquanto vivemos neste mundo precisamos ser “o sal da terra” e “a luz do mundo” para que, através de nossas obras, as pessoas “glorifiquem a Deus” e se interessem em conhecê-Lo (Mt 5:14-16).

Além disso, faremos a diferença se não aceitarmos ou defendermos pautas que sejam contrárias aos princípios bíblicos.

Ademais, para ser o sal da terra e a luz do mundo, o cristão precisa exercer seu direito de cidadania através do voto com responsabilidade. Deve formar sua cosmovisão pelas Escrituras, para que os interesses de Deus para a sociedade sejam preservados e defendidos.

Similarmente, destacou John Stott: “O mundo é a arena na qual devemos viver, amar, testemunhar e servir, sofrer e morrer por Cristo”.[5]

Apesar disso, o cristão não pode esquecer e muito menos perder o foco do Céu. No final, o único reino que governará nosso planeta e todos os recantos do universo será o Reino eterno de Jesus Cristo.

Daniel 2 fala do ÚNICO governo perfeito

Aliás, se fizer um estudo de Daniel 2, onde é registrado um sonho que Deus deu ao rei babilônico Nabucodonosor, verá que Ele revelou àquele pagão (e a todos nós) o desenrolar da história e do governo humano até a 2a vinda de Cristo.

No sonho profético, o rei viu uma grande estátua composta por diferentes metais: ouro, prata, bronze, ferro e, finalmente, ferro misturado com o barro nos pés da estátua.

Em outras palavras, cada metal da estátua representava um reino ou império que sucederia um ao outro no decorrer da história:

  1. A cabeça de ouro da estátua representava o império Babilônico (Dn 2:37-38)
  2. O peito e os braços de prata representavam o império Medo-persa (Dn 2:39; 8:20)
  3. O ventre e os quadris de bronze representavam a Grécia (Dn 2:39; 8:21)
  4. As pernas de ferro representavam Roma (Dn 2:40 – foi o império seguinte, que dominou a Grécia).
  5. Os pés em parte de ferro e em parte de barro representam a divisão de Roma pela invasão de tribos bárbaras, que deu surgimento aos países europeus (Dn 2:41).

Primordialmente, além de descrever com precisão a história do mundo por antecipação (este é um ótimo capítulo para analisar com um ateu), a visão da grande estátua atinge seu clímax não no surgimento de mais um império mundial humano. Veja:

“Enquanto o senhor estava olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos humanas [ou seja, de forma sobrenatural], atingiu a estátua nos pés de ferro e de barro e os despedaçou”. (Dn 2:34)

Surpreendentemente, essa pedra atingiu a estátua “nos dedos” (ou seja, quando existissem os países europeus). Ao mesmo tempo, “se tornou uma grande montanha, que encheu toda a terra” (Dn 2:35).

Definitivamente, o que representa esta pedra vai nos mostrar qual deve ser novo foco enquanto somos cidadãos neste mundo:

“Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que jamais será destruído e que não passará a outro povo. Esse reino despedaçará e consumirá todos esses outros reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, assim como o rei viu que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos humanas, e ela despedaçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus revelou ao rei o que vai acontecer no futuro. Certo é o sonho, e fiel é a sua interpretação.” (Dn 2:44,45).

  • Se quiser estudar sobre esses e outros assuntos, poderá fazer parte do meu “Clube do Livro”, e ter a indicação de muitos materiais incríveis para seu desenvolvimento espiritual e pessoal. A cada mês darei uma aula sobre cada livro lido.

A Pedra que destrói a estátua

=> Em síntese, a pedra que destruiu a estátua e todos os reinos representados nela é o Reino de Cristo. Por sua vez, este reino se manifestará em Sua segunda vinda, em glória e majestade! (Ap 1:7; 6:14-17). Por isso, analise os textos a seguir para comprovar:

“Mas Jesus, com o olhar fixo neles, disse: — Que quer dizer então o que está escrito: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a pedra angular”? Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó”. (Lc 20:17-18. Confirma Mt 21:44)

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. Todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos, com grande som de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.” (Mt 24:30-31).

Sem dúvida, nesse momento haverá apenas uma forma de governo: a Teocracia. Afinal, foi mais do que provado que o planeta, sob o domínio de seres humanos pecadores, não foi bem administrado por qualquer forma de governo existente.

Por isso, o Criador irá intervir e estabelecer Seu reino eterno. Como resultado, Ele governará sobre toda a Sua vasta criação.

Assim sendo, seja um cidadão responsável e um cristão que defende os interesses de Deus para a sociedade. Como resultado, jamais esqueça de que quando Jesus voltar, não haverá mais republicanismo, democratismo, imperialismo. Analogamente, não existirá qualquer outra forma de governo humano imperfeito.

Para sua reflexão

Em suma, seu foco deve estar no Reino de Cristo, a pedra que destruirá a estátua (os reinos deste mundo). Só assim você estará se preparando para o retorno de Jesus.

Certa vez, Jesus disse ao governador Pôncio Pilatos: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus servos lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Entretanto, o meu reino não é daqui” (Jo 18:36).

Por fim, e você? Qual é o seu reino? É o mesmo de Cristo? Por qual reino você realmente está lutando?

Ellen G. White: Considerações Finais

Em outras palavras, seja você cantor, pastor ou membro da sua igreja, pode ter certeza de que essas advertências inspiradas lhe torna indesculpável por defender ideologias seculares contrárias às Escrituras. Afinal, como disse Ellen G. White acima: “Luz suficiente foi dada para corrigir todos os que desejam ser corrigidos”.

Assim, o que você fará com esta luz? Irá aceitá-la para não colocar sua salvação em risco, ou ignorá-la, dizendo que essa revelação (“foram-me mostradas muitas coisas”) “era apenas para o contexto histórico” de Ellen G. White?

Por falar nisso, que critérios bíblicos você teria para definir o que da mensagem de um profeta é e o que não é aplicável à nossa época e cultura?

Assim sendo, considerando que esse assunto é muito sério, pois: (1) White disse, entre outras coisas, que ir contra princípios da palavra de Deus impede o “progresso espiritual”. (2) Que ideologias humanas são uma “constante armadilha” e que, por fim, através delas o Diabo separará as pessoas dos cristãos guardadores do sábado (e do cristianismo como um todo), é um erro tremendo um pastor ou crente ser um “isentão”.

Por isso, o tema do meu próximo artigo e vídeo será: “Os 17 Erros do Pastor e do Crente Isentões”.

Referências Bibliográficas

[1] Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol.1, 2a ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012), p. 533–534. Grifos acrescidos.

[2] Scott David Allen, Por que a Justiça Social Não é a Justiça Bíblica: Um apelo urgente aos cristãos em tempos de crise social (São Paulo: Vida Nova, 2022), p.195. Grifo acrescido.

[3] Allen, Porque a Justiça Social Não é a Justiça Bíblica, p.195-196.

[4] White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 534.

[5] John Stott, Os Cristãos e os Desafios Contemporâneos (Viçosa, MG: Ultimato, 2014), p.47.

Algumas Bibliografias Recomendadas

Amorim, Felipe. Cosmovisão Cristã: Como pensar as principais questões da vida à luz das Escrituras (Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2022).

Fortin, Denis; Moon, Jerry (organizadores). Enciclopédia Ellen G. White (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2018), p.1163-1167. Ver “Política e Votação”.

Ferreira, Franklin. Contra a Idolatria do Estado: o papel do cristão na política (São Paulo: Vida Nova, 2016).

Grudem, Wayne. Política Segundo a Bíblia: Princípios que todo cristão deve conhecer (São Paulo: Vida Nova, 2014).

_______. Asmus, Barry. Economia e Política na Cosmovisão Cristã: Contribuições para uma teologia evangélica (São Paulo: Vida Nova, 2016). 

Koyzis, David T. Visões e Ilusões Políticas: Uma análise & crítica cristã das ideologias contemporâneas, 2a ed. (São Paulo: Vida Nova, 2021).

Mathiez, Albert. Fanatismo Ideológico: As Origens dos Cultos Revolucionários (São Paulo: Faro Editorial, 2021).

Mises, Ludwig Von. Marxismo Desmascarado (Campinas, SP: Vide Editorial, 2015).

Quadros, Leandro Soares de. “Manifesto do Partido Comunista, Bíblia e Ellen G. White”. Disponível em: https://leandroquadros.com.br/manifesto-do-partido-comunista-biblia-egw/ Acessado em: 08 de agosto de 2022.

Rossiter, Lyle H. A Mente Esquerdista: As causas psicológicas da loucura política (Campinas, SP: Vide Editorial, 2016).

  • Se quiser fazer parte do meu “Clube do Livro” e ter a indicação de muitos materiais incríveis para seu desenvolvimento espiritual e pessoal, poderá se inscrever. A cada mês darei uma aula sobre cada livro lido.

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11 respostas

  1. Querido Leandro, eu assisti o vídeo na íntegra. Comento apenas sobre a referência a respeito dos “princípios republicanos” citados por EGW. A expressão não tem absolutamente nada a ver com o partido de mesmo nome.

    A expressão “princípios republicanos” ou o equivalente “republicanismo” não aparece apenas nessa citação. Na versão de 1888 de “O Grande Conflito” (p.441) a autora afirma que “o Republicanismo e o Protestantismo se tornaram princípios fundamentais na nação.

    No capítulo ela explica o que são esses princípios: Liberdade Religiosa para adorar de acordo com a sua consciência, a verdade de que todo homem é criado igual, direito à vida, liberdade, procura da felicidade e auto-governo.

    O partido republicano foi criado mais de 60 anos depois de estabelecidos esses princípios a que EGW se refere. O partido nem sequer levava esse nome no momento em que EGW escreveu o texto citado por você. Em 1868 o presidente era democrata, Andrew Johnson foi vice de Lincoln, este sim do National Union Party (nome temporário do Partido Republicano). O histórico racial que você bem menciona é o pano de fundo para a afirmação da autora e não um detalhe.

    A correção feita por EGW não tem a ver com posição partidária ou opção de voto. Era endereçada àqueles que desconsideravam os princípios supra-mencionados. Me pareceu criativa a ideia de dar caráter político à citação da autora mas faltou atenção ao contexto como um todo.

    Outra referência à mesma ideia é feita em 1906 no Manuscript 7:192 quando ela diz que “As leis que impõem a observância do domingo como o sábado provocarão uma apostasia nacional dos princípios do republicanismo sobre os quais o governo foi fundado.” Não o partido mas a nação…

    Portanto, caros amigos, EGW faz uso do termo “republicano” ou “republicanismo” como adjetivo predicativo, uma referência ao tipo de governo, e naturalmente não se refere à divisão política atual que sequer representa o cenário de sua época.

    Aproveito para sugerir uma citação bem direta em que a autora deixou clara sugestão sobre questões de voto:
    “Guarde seu voto para você. Não sinta que é seu dever exortar todos a fazer o que você faz” EGW, Carta 4, 1898

    1. Excelente esclarecimento!
      Concordo com vc, parece ter havido uma confusão entre o nome de um dos partido tradicionais norte-americanos, o Partido Republicano (conhecido também pelas siglas GOP) e o conceito político sobre “REPUBLICANISMO”, que espelha uma série de princípios que regem o regime que adota a REPÚBLICA como forma de governo – uma forma de governo ou uma estrutura política de poder em que o bem comum está acima de interesses particulares, de classes, grupos religiosos, corporações ou famílias – daí a importância do mesmo para a preservação da liberdade religiosa.
      Noto também que mesmo concordando com alguns aspectos citados no artigo, entendo que rotular é algo muito perigoso, por princípio e se torna potencialmente mais perigoso, dentro de uma ambiente político, extremamente volátil e sujeito ao jogo eleitoral. Como uma vez disse o senador/ministro Magalhães Pinto: Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.
      E é assim que a literatura especializada aponta as metamorfoses que assolam por exemplo, o sistema político norte-americano: o Partido Democrata tendendo as idéias “progressistas” sociais, não por uma visão ideológica, mas, por um cálculo eleitoral, já que, dada as profundas mudanças demográficas projetadas para o EUA, as atuais minorias – negros, latinos e asiáticos – até 2043 serão maioria no eleitorado americano, desbancando os brancos.
      Já o Partido Republicano, atualmente representa, em grande parte o status quo vigente, ou seja os conservadores, em sua maioria brancos.
      Mas se formos ao passado veremos que os Republicanos estiveram, com Lincoln, a frente da luta pela abolição da escravidão, noto também que o vice, no segundo mandato de Lincoln – Andrew Johnson, era Abolicionista e Democrata (não confundir com os Democratas do Sul (dissidência que estava por trás do governo confederado);
      Os Republicanos, após a Guerra Civil americana, pagaram o preço no sul dos EUA, por seu apoio a causa abolicionista, até que os DEMOCRATAS, nos anos 60, começaram a ver o tema das Liberdade Civis para os negros como um ponto de sua agenda. É aí que a balança começa novamente a mudar a favor dos REPUBLICANOS, e esta balança vira de vez, com o advento, na base REPUBLICANA, dos movimentos políticos organizados cristãos (Pat Buchanam, Jerry Farewell) e que tinham no sul, dado o contingente evangélico predominante, um forte apelo. Os estrategistas REPUBLICANOS, viram ai uma ótima oportunidade de conquistar eleitoralmente o sul e deslocar os democratas de vez dali.
      Assim, a gente percebe como as coisas em política são difíceis de rotular – os REPUBLICANOS em 1860 (Guerra Civil), eram a força progressista, por concentrarem grande parte do movimento abolicionista e os DEMOCRATAS (especialmente os do sul), representavam os conservadores, já que defendiam o status quo da escravidão.
      Hoje, como escrevi acima, as coisas se inverteram.
      Magalhães Pinto estava certo!

    2. Querido Lisandro:

      Primeiramente peço que me desculpe pela demora em lhe responder. Estou reestruturando minhas atividades mas, um dia, “chego lá” 🙂

      Talvez você não tenha analisado bem meu vídeo, em conjunto com este post. Tanto no vídeo quanto na introdução da postagem aqui no blog, não afirmei em momento algum que Ellen White era do partido republicando. Veja, por exemplo, o resumo deste post:

      “Neste artigo você verá que, mesmo sendo apartidária, Ellen White valorizava os princípios bíblicos defendidos pelos Republicanos“.

      Por isso, não vejo desacordo entre o que você e eu afirmamos.

      Provavelmente temos diferenças teológicas, filosóficas e políticas. Entretanto, em relação a citação que usei, não vejo discordância entre nós.

      Para uma análise mais ampla da opinião de Ellen G. White sobre a política e o voto sugiro que, dentro do possível, veja meu vídeo “Mais conselhos ou DICAS de Ellen White sobre POLÍTICA”, com base no verbete ‘Política e Votação’, da Enciclopédia Ellen G. White em português (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2018), p. 1163-1167.

      Deus abençoe ricamente a você e sua querida família,

      Leandro.

  2. Perdeu totalmente a noção.

    Agora tem que aguentar Leandro Quadros dando pitaco em questões de Republicanos e Democratas. Que tristeza.

    Pior que nem dá muita vontade de discutir o quanto Democratas e Republicanos mudaram de lá pra cá. Ou como, à época, os Democratas eram tidos como conservadores e os republicanos como progressistas. O que tornaria bem suspeita toda a tese defendida aqui.

    Mas, infelizmente sei que isso cairá em ouvidos moucos e no lugar de reconsiderar o discurso, continuará a reproduzir e se afundar nesses “talking-points” do mais vulgar burburinho político americano, que pouca ou nenhuma relevância tem na nossa realidade político-partidária.

    Impressionante como o protestantismo brasileiro resolveu comprar com vontade toda estupidez política produzida nos Estados Unidos.

    Soberba realmente subiu à cabeça mesmo.

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Sobre o Autor
Prof. Leandro Quadros

Com mais de 20 anos de ensino sobre a Bíblia em igrejas, congressos e programas de TV e rádio, desenvolvi diversos conteúdos – e-books, audiolivros e cursos; para compartilhar os meus aprendizados e tornar acessíveis temas teológicos complexos.

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