Leandro Quadros

Pets: não tenha medo ser “lambido” por seu animalzinho

Os cristãos e os pets

Esclarecimento

É um privilégio ser assinante de uma revista com o nível de espiritualidade e qualidade editorial como a Revista Adventista.

Alguns leitores podem estar pensando: “Ele diz isso porque é adventista do sétimo dia”. Porém, quem me conhece sabe que não dou elogios da boca para fora, nem elogio alguém de minha própria família, se não merecer.

Sou um pecador, necessitado da graça de Jesus a cada milésimo de segundo. Não sou melhor que ninguém porque, assim como qualquer outro ser humano, não alcanço “o padrão da glória de Deus” (Rm 3:23, NVT).

Por reconhecer isso, sou grato muito ao Criador. Afinal, onde abundou o pecado em minha vida, “superabundou a graça” de Cristo (Rm 5:20b). Bendito seja Deus, pela justiça de Jesus que é transferida a cada um de nós por meio da fé! (Rm 4:5; 10:6, etc.)

Dessa forma,…

…Peço leia este post com isso em mente. Não cometa o equívoco de julgar minhas intenções, muito menos criticar a Revista.

O que farei será dar minha opinião acerca do comentário feito por um leitor, sem com isso questionar a bondade e a sinceridade do referido irmão. Logo, também não questiono a importância de um tema tão oportuno, tratado de forma tão espiritual por um verdadeiro PASTOR (com todas a letras maiúsculas).

Por isso, neste breve post você verá:

  1. Minha breve análise do comentário de um leitor da Revista Adventista, sobre o artigo “Os cristãos e os pets”;
  2. Razões para não ter medo da lambida dos seus pets (algo sugerido por ele);
  3. Que mesmo não devendo humanizar os animais, a revelação profética diz que é nosso dever amenizar o sofrimento deles;
  4. A superficialidade com a qual são tratadas as pessoas que supervalorizam os pets;
  5. A história do meu gatinho chamado “Mingau”, e o quanto ele me ensinou a ser menos egoísta.

Os cristãos e os pets

Na seção “Canal Aberto” da Revista Adventista de junho de 2022, li um comentário sincero, porém, insensível, de um leitor do artigo “Os cristãos e os pets”, escrito pelo simpaticíssimo Pr. Milton Andrade.

Veja o trecho do comentário que mais me chamou atenção:

“Estudos científicos mostram, por exemplo, que a lambida do cachorro pode disseminar bactérias resistentes a antibióticos. O texto, que foi muito bem escrito, revela o problema de alguns seres humanos em querer humanizar os pets”

 

Esse comentário está correto em parte, pois, realmente, não devemos humanizar os pets. Porém, revela alguns problemas, como verá a seguir.

Primeiramente, é importante destacar que os animais não foram feitos à imagem e semelhança de Deus, e sim os seres humanos (Gn 1:26-27).

Isso nos mostra que a supervalorização de qualquer criatura, em detrimento de uma pessoa, não faz parte dos planos do Criador.

Por isso, Milton Andrade foi muito equilibrado quando escreveu:

Animais não são coisas, mas também não são seres humanos. Nosso dever é cuidar do planeta com equilíbrio e responsabilidade, como se estivéssemos cuidando de nós mesmos. [2]

A vida humana é sagrada

Além disso, o quase “endeusamento” dos animais ignora que a vida humana é sacrossanta (como apontou John Sott), a ponto de Deus exigir o sangue de um assassino intencional por este, ao matar, “destruir” a imagem e semelhança de Deus presente naquela pessoa:

“Exigirei o sangue de todo aquele que tirar a vida de alguém. Se um animal selvagem matar alguém, deverá ser morto; quem cometer assassinato, também deverá morrer. Quem tirar a vida humana, por mãos humanas perderá a vida. Pois eu criei o ser humano à minha imagem” (Gênesis 9:5-6, NVT).

 

A vida humana é tão sagrada que dos 16 a 20 crimes passíveis de pena de morte segundo as Escrituras, o homicídio era o único para o qual Deus não aceitava resgate (Leia Números 35:21-34!), mesmo perdoando o criminoso, caso se arrependesse (cf. Lc 23:42-43).

Em concordância com o texto bíblico de Gênesis 9:6, Ellen G. White foi categórica:

“Com que cuidado Deus protege os direitos dos homens! Ele atribuiu uma pena ao homicídio intencional. “Quem derramar sangue de homem, pelo homem terá seu sangue derramado” (Gênesis 9: 6). Se fosse permitido a um assassino ficar sem punição, ele, por sua influência maligna e violência cruel, subverteria outros. Isso resultaria em um estado de coisas semelhante ao que existia antes do dilúvio. Deus deve punir assassinos. Ele dá vida e a tirará, se essa vida se tornar um terror e uma ameaça. Misericórdia demonstrada a um assassino é crueldade para com seus semelhantes. Se um assassino intencional pensa que encontrará proteção fugindo para o altar de Deus, ele poderá descobrir que será forçado a sair daquele altar e ser morto. Mas se um homem tira a vida sem querer, então Deus declara que Ele providenciará um lugar de refúgio, para o qual ele pode fugir.” [1]

Você deve temer a lambida dos seus pets?

Segundo o comentário feito pelo leitor da Revista, sim. Ele afirmou que “a lambida de cachorro pode disseminar bactérias resistentes a antibióticos”.

Entretanto, se seguirmos essa lógica, não podemos beijar nem mesmo a boca de nosso cônjuge, pois “um estudo realizado na Holanda sugere que um único beijo de dez segundos pode transferir até 80 milhões de bactérias“. [3]

Pode crer que pelo menos uma bactéria dessas 80 milhões pode ser resistente à algum tipo de antibiótico.

Se seu animal for saudável e estiver com as vacinas em dia, não há motivo algum para você se esquivar da maneira dele de lhe dar um beijo carinhoso. A manifestação do amor (quando não entra em conflito com o princípio de pureza), não pode fazer mal para quem recebe.

Portanto, relaxe, ame e receba amor do seu animalzinho, criado por Deus para ser um de seus companheiros.

Além disso, estudos científicos apontam os enormes benefícios de se ter uma animal de estimação, caso a pessoa goste. Digo isso porque ninguém é obrigado a ter um pet, e isso deve ser respeitado.

O que diz a psicologia

De acordo com Thaiana Brotto, psicóloga especialista pela USP em Terapia Cognitivo Comportamental e pós-graduanda em Neurociência pela PUC, há pelo menos 6 benefícios dos animais de estimação para a saúde mental:

  1. Cura a solidão.
  2. Restaura o amor próprio.
  3. Diminui o estresse e a depressão.
  4. Dá motivação e vida social.
  5. Cria a responsabilidade.
  6. Traz felicidade.

Obviamente, ter um animal de estimação não se constitui na única forma de tratar nossa psiquê. A ajuda profissional é fundamental para que esse processo seja ainda mais efetivo.

Esteja certo(a): os benefícios para a saúde mental em ter pets são muito superiores a um possível “malefício” por causa da lambida de um cãozinho saudável.

A Bíblia diferencia animais domésticos de animais selvagens

“Então Deus disse: “Produza a terra grande variedade de animais, cada um conforme a sua espécie: animais domésticos, animais que rastejam pelo chão e animais selvagens”. E assim aconteceu.” (Gênesis 1:24).

 

O fato de Deus diferenciar animais dos animais selváticos, demonstra que há sim uma classe de bichinhos que foi criada para o convívio com o ser humano, inclusive para ter uma relação de amizade. Afinal, se não posso ser amigo do meu pet, deverei ser inimigo dele? Ilógico.

Além disso, amimais domésticos são de estimação. Sendo assim, como estimar um pet sem ser amigo dele? Isso também é ilógico.

Do mesmo modo, esse diferenciação entre animais domésticos e selvagens ensina que há animais que não foram criados para o convívio doméstico, e que o melhor lugar para eles é seu habitat natural. Em suma, uma pessoa que cria uma cobra ou jacaré em seu lar, e dorme com tais animais, desobedece a Deus, e pode estar com alguma desordem emocional.

O justo ama seus animais – pets

Pessoa alguma deve ser coagida a ter um animalzinho. Cada um sabe de suas prioridades e disposição de tempo para o cuidado de um pet.

Todavia, quem decide ter, precisa cuidar sem humanizar. Não apenas isso: a Bíblia ensina que o dono deve se preocupar com a vida do bicho de estimação.

“O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel” (Provérbios 12:10).
Uma das características do poesia hebraica é a repetição da mesma ideia da primeira linha como palavras diferentes na segunda linha. O que o texto está dizendo é que, quem é justo se preocupa com a vida dos seus animais, e que quem não faz isso é perverso.

 

Na versão Nova Almeida Atualizada (NAA), o texto é traduzido do seguinte modo: “O justo cuida dos seus animais, mas o coração dos ímpios é cruel”.

Reflita.

É dever do justo amenizar o sofrimento animal

No livro Patriarcas e Profetas, Ellen G. White fez um dos comentários mais bonitos sobre a importância de cuidar dos animais. Inclusive a autora apresenta uma razão teológica para isso. Veja:

“É por causa do pecado do homem que ‘toda a criação geme e está juntamente com dores de parto’. Romanos 8:22. O sofrimento e a morte foram assim impostos não somente ao gênero humano, mas aos animais. Certamente, pois, ao homem toca procurar aliviar o peso do sofrimento que sua transgressão acarretou sobre as criaturas de Deus, em vez de aumentá-lo. Aquele que maltrata os animais porque os tem em seu poder, é tão covarde quanto tirano. A disposição para causar dor, quer seja ao nosso semelhante quer aos seres irracionais, é satânica”. [4]

 

Teologicamente, a transgressão humana acarretou o sofrimento dos animais, por estarem sob seu domínio e cuidado (cf. Gn 1:26, 28). Em consequência disso, é dever do ser humano (goste ou não de animais), de alguma forma, procurar aliviar o sofrimento acarretado sobre as criaturas de Deus. Jamais aumentar esse sofrimento!

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Os animais fazem parte do plano divino de restaurar o Planeta

O Criador restaurará não apenas a humanidade, mas também o mundo animal: “E a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas enchem o mar” (Hb 2:14).

O apóstolo foi claro a respeito, em sua carta aos Romanos:

“Pois toda a criação aguarda com grande expectativa o dia em que os filhos de Deus serão revelados. Toda a criação, não por vontade própria, foi submetida por Deus a uma existência fútil, na esperança de que, com os filhos de Deus, a criação seja gloriosamente liberta da decadência que a escraviza. Pois sabemos que, até agora, toda a criação geme, como em dores de parto” (Romanos 8:19-22).

 

Por sua vez, Isaías profetizou:

“Vejam! Crio novos céus e nova terra, e ninguém mais pensará nas coisas passadas […] O lobo e o cordeiro comerão juntos, o leão se alimentará de palha como o boi, mas as serpentes comerão pó. Em meu santo monte, ninguém será ferido nem destruído; eu, o Senhor, falei!” (Isaías 65:17 e 25).

 

Por isso, todos os que amam seus animais devem se apegar à promessa de 2 Pedro 3:10: “Nós, porém, aguardamos com grande expectativa os novos céus e a nova terra que ele prometeu, um mundo pleno de justiça”. Eles serão transformados e deixarão de se alimentar uns dos outros, pois a morte não mais existirá (Ap 21:4).

A superficialidade no trato com pessoas que supervalorizam seus pets

Uma coisa que me preocupa é a superficialidade com a qual esse tipo de assunto normalmente é tratado.

Reconheço que não é simples estabelecer um ponto de equilíbrio na atual geração que, muitas vezes, humaniza um animalzinho. Todavia, é necessário ter mais empatia para compreender o que se passa com a pessoa que é muito apegada ao seu pet.

Na grande maioria das vezes, ela tem uma carência afetiva tão grande, que procura de todos os modos preencher seu “buraco emocional”. Há maneiras saudáveis de se fazer isso, e uma delas é direcionar seus olhos para o Cristo crucificado (Hb 12:2), direcionar amor e atenção a si mesmo (ame-se primeiro para só depois poder amar de verdade), aos demais seres humanos e depois aos animais.

Outros procuram as drogas, o sexo ilícito, o álcool e outras coisas para aliviar a dor e a ansiedade, causadas pelo pecado e pela crise existencial. Com isso, quero dizer que a questão é muito mais profunda do que parece. Portanto, abordar o apego aos pets sem considerar isso, bem como outras questões afetivas e psicológicas é, no mínimo, contraproducente.

Compreender ao invés de criticar

Certamente, uma pessoa carente precisa entender que esse querido animalzinho não pode receber a carga e a responsabilidade de preencher todo o seu vazio existencial. É necessário que a pessoa busque ajude psicoterápica para “encher seu tanque emocional”, trabalhar suas carências e memórias traumáticas.

Ao fazer isso, de modo algum a pessoa deixará de amar seu pet! Apenas o amará de maneira mais saudável, sem aqueles sintomas incômodos de que sempre está “devendo” amor e carinho para os outros.

Por isso, creio que psicólogos cristãos precisam entrar mais a fundo nesta questão, sem discutir o “certo” ou “errado” em relação ao “tamanho” do cuidado a ser prestado aos animais. Afinal, a raiz do problema pode estar na carência afetiva, na criança interna ferida, não plenamente amada, e que estará “agarrada na perna de todos nós” até o fim da vida, ou até a volta do Senhor.

Sendo assim, não critique uma pessoa nessas condições, mas ajude-a com amor a buscar ajuda profissional. Ela precisa de compreensão, não de críticas (ainda mais vindas de quem não gosta de animais…).

É natural amar mais pets bondosos do que seres humanos malignos

Certamente você já ouviu o ditado: “quanto mais convivo com seres humanos, mais gosto do meu cachorro”.

Não creio que exista uma inverdade nessa afirmação. Afinal, há pessoas tão tóxicas que, sem sombra de dúvidas, nem de perto podem nos beneficiar com a presença delas, como o faz a companhia de um animal dócil. Negar isso é simplista. É fugir da realidade.

O melhor a se fazer por pessoas tóxicas é amá-las à distância (ver Sl 1:1-3) e orar por elas (cf. Mt 5:44). É necessário um afastamento saudável desse tipo de pessoa, para que não sejamos “intoxicados” e adoeçamos emocionalmente.

Ao mesmo tempo, acredito que não devemos fazer dos animais substitutos de amizades humanas. Afinal, Deus nos criou para vivermos em comunidade (cf. Gn 2:18). É assim que desenvolveremos a tolerância, nossa capacidade de perdoar, a paciência, a aptidão para nos relacionarmos com familiares, amigos, vizinhos, e irmãos na fé:

“Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Colossenses 3:13).

Porque é importante conviver com seres humanos

O convívio com pessoas na igreja é extremamente necessário, tanto para o desenvolvimento de nosso caráter, para o exercício dos dons espirituais e para o nosso preparo para a 2a vinda de Cristo (Hb 10:25).

Também aprendemos com os animais. Porém, é com pessoas que aprendemos mais rapidamente a “suportar”, “tolerar” e a “perdoar”. Pense nisso, e harmonize seu convívio com seu pet com o convívio das pessoas.

Ao mesmo tempo, não podemos exigir que uma pessoa sinta mais carinho por um criminoso do que por seu animalzinho, por exemplo. É óbvio que o ser humano sentirá mais amor e afeto por quem corresponde ao seu amor. E quem gosta de matar e estuprar está longe de corresponder ao amor humano, do mesmo modo que um pet o faz.

O que significa “amar aos inimigos”

Nas Escrituras, aprendemos a amar nossos inimigos, mas ignoramos o que isso significa.

Amar os inimigos não é sentir o mesmo amor que sentimos por uma pessoa que nos ama. Não significa sentir o mesmo amor que sentimos pelo cônjuge e pelos filhos. Também não pode ser o mesmo amor que temos pelos pais, avós ou por um amigo. Além disso, não significa sentir o mesmo amor que sentimos por nossos animais que não nos fazem mal.

Amar os inimigos não envolve necessariamente sentimento, mas ação. No contexto de Mateus 5:43-48, amar os inimigos é fazer o bem a eles, mesmo que nos tenham feito o mal. É pagar o mal com o bem (Rm 12:21) e ajudá-los, mesmo que não sintamos vontade de fazê-lo.

Agora percebe porque o amor é mais atitude do que sentimento?

A história do meu felino “Mingau”

Após a morte de nossa gatinha siamesa chamada “Milena”, que foi perversamente atropelada por um caminhão (sem nenhuma tentativa do motorista de desviar dela), minha família sofreu muito. Para você ter uma ideia do quanto ela era querida e inteligente, ela sabia brincar de esconde-esconde.

Eu pegava uma de minhas filhas no colo e dizia: “vamos pegar a gordinha!”. E ela corria se esconder. Quando a encontrávamos, eu dizia: “vou fugir da gordinha”, e ela vinha atrás para nos procurar 🙂

Logo após ela ser atropelada (pena eu não ter pego a placa dele na minha câmera…), veio uma forte chuva. Enterrei-a chorando muito.

Depois de alguns meses, minha esposa e eu sentimos que seria importante, para as crianças superarem o trauma, adotarmos mais um gatinho. Adotamos a “Lili” por meio de uma ONG. Também adotamos o “Mingau”, que ganhamos de uma senhora.

Enfim, os dois cresceram juntos. Não eram irmãos e passaram a se darem muito bem, depois de algumas brigas. Até que ela entrou no cio e engravidou do seu “esposo” 🙂

Minhas filhas temiam que isso acontecesse porque tinham muita pena de doar os gatinhos que iriam nascer. Entretanto, algo de extraordinário aconteceu!

Oração atendida

Após minha filha mais nova, Lavínia, orar várias vezes “para que Lili tivesse só um filhote”, nossa gatinha realmente teve só um filhote. Não tenho dúvida alguma de que o Senhor respondeu a essa oração infantil amorosa e preocupada.

Definitivamente isso aumentou minha fé, e também a fé de minha esposa e filhas. Agora, temos 3 gatos – a família completa. Nasceu uma fêmea que ainda gera conflito entre as crianças, pois cada uma quer dar a ela um nome diferente (rsrsrs).

Mas afinal, o que essa história tem a ver com o que afirmei no início, de que o “Mingau” me ajudou a ser menos egoísta?

Logo depois ele adoeceu e ficou cego, devido aos ataques epiléticos. Lembro-me da noite em que fui visitá-lo na clínica e a veterinária, triste, não me deu esperanças de que ele sobreviveria. Fiquei a sós com ele, chorei e pedi a Deus que não o deixasse morrer.

E, para a glória Dele e felicidade da minha família, “Mingau” continua conosco, como pôde ver na foto deste post.

Aprendendo a ser menos egoísta

Para ele se recuperar, foram necessários gastos. Todavia, em nenhum momento sequer cogitei a possibilidade de sacrificar meu animalzinho para “economizar”. Gastei o que foi preciso para aliviar o sofrimento dele e restaurá-lo. E quando ele recebeu alta da clínica, a veterinária, emocionada, disse que o que fiz é algo raro para eles, pois, o mais fácil é sacrificar, ao invés de amar e cuidar.

Os recursos que usei para cuidar do nosso animalzinho fizeram com que eu me tornasse mais liberal para com os seres humanos. Aprendi que se Deus me deu condições de dar o melhor tratamento para salvar a vida do “Mingau”, não devo ter “dó do dinheiro”, de modo que preciso empregá-lo ainda mais na ajuda aos necessitados e na pregação do Evangelho.

Em suma: nossos gatinhos de estimação me ensinaram o poder da fé de uma criança. Simultaneamente, “Mingau” reforçou a certeza em mim, de que devo aliviar o sofrimento não apenas dele, mas também daqueles que, como eu, foram criados à imagem e semelhança de Deus.

Conclusão

Essas são algumas razões para eu discordar do comentário feito sobre o pets. Enfim, não gosto da leitura que muitos fazem das pessoas que, mesmo exagerando, amam seus animais. Além de não ser empática, tal leitura é superficial.

Fique na paz de Cristo.

Referências

[1] Ellen G. White, “Manuscrito 126”, 1901, 4º parágrafo. Veja-se também “Sermons and Talks”, vol. 2, p. 186. Grifos acrescidos.

[2] Milton Andrade, “Os cristãos e os pets”. Revista Adventista, junho de 2022. Disponível em: https://www.revistaadventista.com.br/da-redacao/destaques/os-cristaos-e-os-pets/ Acessado em 13 de setembro de 2022.

[3] Smitha Mundasa, “Um beijo pode transferir 80 milhões de bactérias, diz estudo”. BBC News Brasil, 17 de novembro de 2014. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141117_beijo_bacterias_fn Acessado em 13 de setembro de 2022.

[4] Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, 16a ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2006), p. 433. Grifos acrescidos.

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Sobre o Autor
Prof. Leandro Quadros

Com mais de 20 anos de ensino sobre a Bíblia em igrejas, congressos e programas de TV e rádio, desenvolvi diversos conteúdos – e-books, audiolivros e cursos; para compartilhar os meus aprendizados e tornar acessíveis temas teológicos complexos.

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