Leandro Quadros

Pobres: Como Jesus os Ajudava (DE VERDADE)

Pobres precisam ser ajudados da maneira como Cristo os ajudava. A saber, esta é a essência do post que lerá a seguir.

Recentemente reli um livro intitulado A Ciência do Bom Viver, de Ellen G. White[1]. Enquanto aprendia muito sobre saúde, vi em algumas citações a maneira correta de ajudar os pobres.

Em outras palavras, precisamos adotar o método completo de Jesus Cristo.

Digo “completo” porque, atualmente, há socialistas que pensam saber alguma coisa sobre o assunto. Sabem é nada, como veremos nas citações a seguir.

Primordialmente, preste bastante atenção nas citações a seguir, se você quer aprender de verdade a se relacionar com os pobre. Além disso, aprender a forma de ajudá-los como Cristo ajudava. A seguir, apresentarei cada citação com o respectivo ensino evidente. Os grifos foram acrescidos por mim.

Citação #1

“Ao passar por vilas e cidades, era [Jesus] como uma corrente vivificadora, difundindo vida e alegria” – p. 19-20.

      • Ensino Evidente 1: Cristo difundia vida, alegria e não vitimização. Os pobres se sentiam alegres em Sua presença, recebiam vida e novas perspectivas.

Aliás, os pobres se sentem da mesma forma quando estão próximos a você, ou quando leem suas postagens, bem como aquilo que compartilha na internet? Se a resposta for não, você está seguindo por um caminho perigoso, para o qual poderá não haver volta, se não se arrepender e derramar sua alma perante Deus em oração.

Citação #2

“O Salvador tornava cada ato de cura uma ocasião para implantar princípios divinos na mente e na alma. Esse era o desígnio de Sua obra. Comunicava bênçãos terrestres, para que pudesse inclinar o coração dos homens ao recebimento do evangelho de Sua graça” – p. 20.

      • Ensino Evidente 2: Quando curava ou auxiliava aos pobres, Jesus não dava vida apenas ao corpo, mas via nisso como uma oportunidade de alimentar também a alma, conduzindo as pessoas ao Evangelho.

Definitivamente, tal comentário de White é bem diferente do que ensinaram Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) no livro Manifesto do Partido Comunista, 3ª ed. (São Paulo: Edipro, 2015). Afinal, na referida obra eles separam totalmente as obras sociais da pregação do evangelho de Cristo. No “novo evangelho social” de Marx e Engels, não há lugar para Jesus. Inegavelmente isso é lógico, pois, do contrário, o “evangelho social” de Max e Engels não seria algo “novo”.[2]

Citação #3

“Cristo poderia ter ocupado o mais elevado lugar entre os mestres da nação judaica, mas preferiu levar o evangelho aos pobres […] Na praia, nas encostas das montanhas, nas ruas da cidade, nas sinagogas, sua voz se fazia ouvir explicando as Escrituras” – p. 20-21.

      • Ensino Evidente 3: Cristo não queria poder terreno como o querem muitos hoje e, por onde quer que fosse, ensinava as Escrituras aos pobres. Desse modo, uma obra social que não leva as pessoas à Palavra de Deus não é Teocêntrica, mas, Humanista, e precisa ser totalmente descartada pelo cristão responsável com o cristianismo.

Certamente podemos e devemos nos unirmos a todas as pessoas (cristãs ou não cristãs) para o auxílio do próximo. Todavia, ao invés de adotarmos a metodologia humanística delas, precisamos influenciá-las com a filosofia judaico-cristã.

Infelizmente, não é isso que se vê hoje em algumas redes sociais de cristãos professos. Entretanto, julgará as intenções de cada um:

“No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho” (Rm 2:17).

Citações #4 e 5:

“Enquanto ajudava os pobres, Jesus estudava também os meios de atingir os ricos. Procurava travar relações com o rico e o culto fariseu, o nobre judeu e a autoridade romana. Aceitava-lhes os convites, assistia as suas festas, tornava-Se familiar com os interesses e ocupações deles, a fim de obter acesso ao seu coração, e revelar-lhes as imperecíveis riquezas” – p. 24-25.

Cristo não conhecia distinção de nacionalidade, posição ou credo […] Mas Cristo veio derrubar todo muro de separação […] A vida de Cristo estabeleceu uma religião em que não há diferenças, a religião em que judeus e gentios, livres e servos, são ligados numa fraternidade comum, iguais perante Deus. Nenhuma questão política Lhe influenciava a maneira de agir” – p. 25.

      • Ensino Evidente 4: Jesus não criava divisão entre as classes. Relacionava-se também com os ricos e tornava-Se familiar com os interesses e ocupações deles, para obter acesso ao coração de cada um.
      • Ensino Evidente 5: Definitivamente, na religião de Cristo, não há distinção alguma entre ricos e pobres. Ele derrubou todo muro de separação (até o muro que viria a ser construído por Karl Marx). Além disso, Sua obra era feita sem que nenhuma questão política lhe influenciasse a maneira de agir.

Vergonha do Cristão

De fato, isso também deveria corar de vergonha aqueles que, em suas redes sociais, falam mais de política do que de Jesus Cristo. Além disso, deveria causar vergonha em qualquer pessoa que, em seu afã de “ajudar os pobres”, ocupa a mente com o marxismo, cuja base é ateística. Com efeito, o socialismo é apenas uma fachada para propósitos escusos.

Em suma, a diferença gritante entre a filosofia de Cristo e a de Marx deveria causar vergonha naqueles “cristãos” que adotam a filosofia marxista-socialista, mesmo de que em suas versões mais sutis.

Analogamente, se como igreja não aceitamos nem mesmo variações do método histórico-crítico de interpretação, por que aceitaríamos alguma “variação” do marxismo? Seria incongruente.

Assim que, se quiser confirmar isso, leia o artigo “Manifesto do Partido Comunista, Bíblia e Ellen G. White”  CLICANDO AQUI.

Da mesma forma, poderá ler o artigo “Cristianismo e Socialismo”, disponível nestes links: LINK 1 e LINK 2

Resumo e Considerações Finais

Em conclusão, de acordo com o livro A Ciência do Bom Viver, quando atendia os pobres, Jesus:

  1. Curava-os.
  2. Implantava neles os princípios divinos na alma.
  3. Inclinava o coração deles ao evangelho.
  4. Explicava-lhes as Escrituras.

Além disso:

  1. Jesus não fazia divisão de classes (veja também Gálatas 3:27-29).[3]
  2. Jesus não permitia que “nenhuma questão política lhe influenciasse a maneira de agir” (A Ciência do Bom Viver, p. 25). Portanto, Cristo não era um revolucionário mundano.

Afinal, não colocava as pessoas umas contra as outras e muito menos contra o Estado: “Dai, portanto, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!” (Lc 20:25).[4]

Tudo isso se harmoniza com a tríplice missão de Jesus em Mateus 4:23:

“Jesus foi por toda a Galileia, ensinando nas sinagogas deles, pregando as boas-novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças entre o povo.”

O Oposto

Em contrapartida, o socialismo atual (sem generalizar todas as pessoas):

  1. Não alimenta a alma.
  2. Não guia pessoas a Cristo.
  3. Divide as pessoas.
  4. Destrói ou ocupa a propriedade dos outros.
  5. Quer dividir os bens dos outros.
  6. Quer dar o dinheiro dos outros.
  7. Culpa os outros (vitimização jamais ensinada ou estimulada por Cristo).

Como bem disse Margareth Thatcher: “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”.

Por sua vez, a Bíblia ensina:

“O homem generoso será abençoado, porquanto reparte seu pão [não o pão dos outros] com o necessitado” (Pv 22:9)

Definitivamente, este é o ensino bíblico que também fazia parte das crenças de Ellen G. White, co-fundadora do adventismo.

Fora disso, é anátema (cf. Gl 1:8-9).


Referências e Notas

[1] Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, 10ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014).

[2] As citações a seguir não deixam dúvidas: “As leis, a moral, a religião são para ele [o proletário] outros tantos preconceitos burgueses, atrás dos quais se escondem outros interesses burgueses” – p. 76. “… Pretendem atingir seu objetivo por vias pacíficas, naturalmente condenadas ao fracasso, e pela força do exemplo abrir o caminho ao novo evangelho social…” – p. 100.

[3] Veja o texto na Nova Versão Transformadora (NVT): “Todos que foram unidos com Cristo no batismo se revestiram de Cristo. Não há mais judeu nem gentio, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos vocês são um em Cristo Jesus. E agora que pertencem a Cristo, são verdadeiros filhos de Abraão, herdeiros dele segundo a promessa de Deus” (Gl 3:27-29).

[4] Os conselhos a seguir dados pelos apóstolos Paulo e Pedro demonstram que, do mesmo modo que Cristo, os cristãos primitivos, apesar de viverem sob o governo opressor de Roma, não jogavam as pessoas contra o Estado: “Todos devem sujeitar-se às autoridades, pois toda autoridade vem de Deus, e aqueles que ocupam cargos de autoridade foram ali colocados por ele. “Portanto, quem se rebela contra a autoridade se rebela contra o Deus que a instituiu e será punido. Pois as autoridades não causam temor naqueles que fazem o que é certo, mas sim nos que fazem o que é errado. Você deseja viver livre do medo das autoridades? Faça o que é certo, e elas o honrarão. As autoridades são servos de Deus, para o seu bem. Mas, se você estiver fazendo algo errado, é evidente que deve temer, pois elas têm o poder de puni-lo, pois estão a serviço de Deus para castigar os que praticam o mal. Portanto, sujeitem-se a elas, não apenas para evitar a punição mas também para manter a consciência limpa. É por esse motivo também que vocês pagam impostos, pois as autoridades estão a serviço de Deus no trabalho que realizam. Deem a cada um o que lhe é devido: paguem os impostos e tributos àqueles que os recolhem e honrem e respeitem as autoridades” (Rm 13:1-7); “Em primeiro lugar, recomendo que sejam feitas petições, orações, intercessões e ações de graça em favor de todos, em favor dos reis e de todos que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida pacífica e tranquila, caracterizada por devoção e dignidade. Isso é bom e agrada a Deus, nosso Salvador, cujo desejo é que todos sejam salvos e conheçam a verdade”. (1Tm 2:1-4); “Por causa do Senhor, submetam-se a todas as autoridades humanas, seja o rei como autoridade máxima, sejam os oficiais nomeados e enviados por ele para castigar os que fazem o mal e honrar os que fazem o bem. É da vontade de Deus que, pela prática do bem, vocês calem os ignorantes que os acusam falsamente. Pois vocês são livres e, no entanto, são escravos de Deus; não usem sua liberdade como desculpa para fazer o mal. Tratem todos com respeito e amem seus irmãos em Cristo. Temam a Deus e respeitem o rei.” (1Pe 2:13-17). Versão utilizada: Nova Versão Transformadora (NVT).

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13 respostas

  1. O capitalismo surgiu na Idade Moderna e o cristianismo é anterior ao capitalismo, Karl Marx revolucionou o conceito de capitalismo, este fato enlouquece a direita brasileira, os milicianos que (des)governam o Brasil NUNCA leram Marx. Fora Bolsonaro!!!

  2. É complicado! Como vamos nos sujeitar às leis, uma vez que ela funciona pra alguns, ou seja, para os pobres, enquanto que os ricos se beneficiam dela ao seu bel prazer? Foi muito esclarecedor a sua explicação, mas, ainda temos a lei dos homens. Ela não é justa.

  3. Jesus agiu como a sua mãe Maria; inovou sem rebelião, sem ruptura! inovando, mas dando continuidade; sem remover os marcos dos antigos (Prov.).

  4. Fico muito triste em ver, que mesmo 2.000 anos depois da passagem de Cristo por
    este planeta, a grande maioria ainda não entendeu o que Ele quis nos ensinar.
    Inclusive os que se dizem grandes pregadores e estudiosos.
    Infelizmente ainda vivem debaixo da Matrix.
    Pregam o que os grandes senhores do mundo, querem que seja dito.
    Enganando assim o povo.
    O que me alegra, é saber que em muito pouco tempo toda a humanidade
    vai saber a verdade que esconderam de todos nós e o que fizeram para nos manipular
    ao longo de milênios. Nosso Criador é justo.

  5. É professor. Tenho a mesma dúvida de um comentário acima e irei reproduzi-la.
    E qdo temos a certeza de a q a autoridade constituída não faz justiça conforme as leis prescritas em seu País? Devemos ser omissos e apoia-los nestas injustiças?

  6. Bom dia professor obrigado gostei muito do assunto lições muito importantes pra nós que Deus nos capacite e que o Espírito Santo nos dê entendimento pra fazermos tudo de acordo com a vontade de Deus

  7. E quando as autoridades são conivente,com algo de errado que sabe que está sendo praticado por outrem, o que Deus fala sobre isso,
    porque nem todas as pessoas que estão para aplicar a Lei, são honestas, as vezes da até um desespero,diante desta situaçao vivemos em um mundo de tanta injustiça, e quando deparámos com a palavras de Deus nós dizendo, a respeitar as pessoas que estão para aplicar a Lei, até da um choque,respeito e algo que temos que conquistar, até que ponto temos que sujeitar as injustiça da Lei.

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Sobre o Autor
Prof. Leandro Quadros

Com mais de 20 anos de ensino sobre a Bíblia em igrejas, congressos e programas de TV e rádio, desenvolvi diversos conteúdos – e-books, audiolivros e cursos; para compartilhar os meus aprendizados e tornar acessíveis temas teológicos complexos.

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