Leandro Quadros

Bíblia: “Não a use”​ quando for votar…

Será que não é correto usarmos a Bíblia antes de votarmos num candidato?

Recebi uma postagem que diz mais ou menos o seguinte, sobre o voto:

“Vote em quem você quiser, é do jogo. Mas, por favor, pelo amor que você tem por Cristo, não use a Sua Palavra”.

 

Em parte, esse comentário está certo. Noutra​, equivocado​.

Está certo em dizer que não devemos usar a Bíblia para “encontrar nela” um partido, ou candidato A, B ou C.

Em contrapartida, está equivocado porque um cristão, que tem a Bíblia como regra de fé e prática para sua vida, tem o dever de recorrer ao texto bíblico para avaliar as pautas defendidas por cada candidato:

“Consultem a lei e os ensinamentos de Deus! Aqueles que contradizem sua palavra jamais verão a luz” (Isaías 8:20, NVT).

Desse modo, em todas as áreas da vida​ e em todas as suas escolhas,​ o cristão precisa ​buscar a opinião da Palavra de Deus.

Além disso, mesmo o Estado devendo ser laico, não deve ser ateu. Afinal:

“Como é feliz a nação cujo Deus é o Senhor, cujo povo ele escolheu para lhe pertencer!” (Salmo 33:12).

 

Portanto, use sim a Bíblia para saber se as pautas defendidas por certos candidatos estão ou não em harmonia com as Escrituras.

Vejamos o que personalidades religiosas (e uma política) diriam sobre a afirmação do referido Twitter:

Ellen White e o uso da Bíblia

“Muitos guardadores do sábado não são justos diante de Deus em seus pontos de vista políticos. Não estão em harmonia com a Palavra de Deus, ou em união com o corpo de crentes observadores do sábado. Suas perspectivas não estão de acordo com os princípios de nossa fé” (Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 533-534).

 

Um adventista que conhece uma declaração dessas, e diz para “não usar a Bíblia” para decidir em quem votar, só pode estar bem distante daquilo que a própria cofundadora do adventismo ensina!

E se não conhece essa citação, ao conhecê-la deveria, com humildade, moldar sua cosmovisão à revelação.

John Stott e o uso da Bíblia

“O testemunho da história associado ao das Escrituras mostra que o povo cristão tem tido grande influência na sociedade” (Os Cristãos e os Desafios Contemporâneos, p. 86).

Charles Spurgeon e o uso da Bíblia

[Observação: ele era contra a união entre igreja e estado]

“A piedade deveria influenciar tanto a Câmara dos Comuns quanto a assembleia dos teólogos. Deus conceda que chegue o dia em que a maliciosa divisão entre coisas seculares e religiosas não mais se ouvirá falar, pois em todas as coisas [incluindo suas escolhas políticas] os cristãos devem glorificar a Deus de acordo com o preceito: ‘Quer comais ou bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus’ (1Co 10:31)” (Política e Cristianismo, p. 79).

Wayne Gruden e o uso da Bíblia

“A verdade é que, se os cristãos não se pronunciarem em público a respeito daquilo que a Bíblia ensina sobre certo e errado, não há muitas outras fontes transcendentes confiáveis de conceitos éticos, fontes externas a nós mesmos e a nossos próprios sentimentos e consciência, que são subjetivos” (Política Segundo a Bíblia: Princípios que todo cristão deve conhecer, p. 98).

George Washington e o uso da Bíblia

“É impossível governar corretamente o mundo sem Deus e sem a Bíblia” (Citado no Manual Bíblico de Halley, p. 22).

 

Assista também:

Considerações finais

Particularmente, prefiro aceitar as opiniões de Ellen G. White, John Stott, Charles Spurgeon, Wayne Gruden e George Washington.

E você? Escreva nos comentários…

Portanto, reitero: “Como é feliz a nação cujo Deus é o Senhor…!” (Salmo 33:12).

Desse modo, use sim a Bíblia em todas as suas decisões, inclusive a respeito do voto.

Afinal, ela é a lâmpada para nossos pés, e luz para os nossos caminhos (Salmo 119:105).

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Sobre o Autor
Prof. Leandro Quadros

Com mais de 20 anos de ensino sobre a Bíblia em igrejas, congressos e programas de TV e rádio, desenvolvi diversos conteúdos – e-books, audiolivros e cursos; para compartilhar os meus aprendizados e tornar acessíveis temas teológicos complexos.

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