Vontade Decretiva de Deus ou Vontade Permissiva nas Eleições?

Amigos e irmãos brasileiros: precisamos diferenciar a vontade decretiva de Deus, de Sua vontade permissiva. Leia até o final e irá entender a importância do que estou escrevendo.

Tivemos uma eleição apertada, e é natural que cada um de nós, com nossas preferências ideológicas, fiquemos chateados. E de ambos os lados. Afinal, somos seres políticos por natureza. Certamente, isso não significa que tenhamos de ser partidários, ou dominados por esse tipo de sentimento (cf. 1Co 6:12).

Porém, quero deixar para vocês dois textos bíblicos, em especial. Um que mostra o papel do cristão, independente de quem tenha sido eleito. E outro verso que mostra uma triste realidade.

Leia até o final e acompanhe em sua Bíblia (se você crer nela) os textos que coloco entre parênteses.

1) Texto Que Trata do Papel do Cristão: 1 Timóteo 2:1-4

Em primeiro lugar, recomendo que sejam feitas petições, orações, intercessões e ações de graça em favor de todos, em favor dos reis e de todos que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida pacífica e tranquila, caracterizada por devoção e dignidade. Isso é bom e agrada a Deus, nosso Salvador, cujo desejo é que todos sejam salvos e conheçam a verdade.

Aqui aprendemos que, independentemente de quem governe devemos, no mínimo, fazer uma oração por essa pessoa. Em nosso caso, pelo futuro presidente do Brasil.

Mesmo que suas pautas não sejam bíblicas (eu sempre combaterei todas elas com as Escrituras), Paulo recomenda que oremos em favor das autoridades. Primordialmente, “para que tenhamos uma vida pacífica e tranquila”. Afinal, isso permitirá que tenhamos tranquilidade e liberdade religiosa para pregarmos o Evangelho. Além disso, devemos orar também porque “isso é agradável a Deus” (v. 4). E agradar a Ele deve ser nosso alvo supremo.

Contudo, isso não é ser condizente com os crimes de corrupção de um governo. Em contrapartida, tem a ver com o fazer nosso papel cristão de orar. Afinal, além de isso ser agradável a Deus (v.4), Ele deseja que “todos sejam salvos e conheçam a verdade” (v. 5).

Orar por um líder comprovadamente corrupto é fácil? Claro que não. Entretanto, isso precisa ser exercitado para nosso próprio bem. Sabe por quê? Além das razões apontadas acima, o ódio alimentado, além de ser pecado e dar ao Diabo oportunidade para nos destruir (Efésios 4:26-27 – veja que sentir ódio não é pecado, desde que não seja alimentado), acaba com nossa saúde mental e emocional.

2) Texto Que Mostra a Triste Realidade: Oséias 8:4 (primeira parte).

Nomearam reis sem que eu consentisse e escolheram príncipes sem minha aprovação…

O texto acima é claro. Deus é soberano (Daniel 2:21; Romanos 13:1-5), mas, respeita as escolhas de cada nação. Se não o fizesse, não poderíamos dizer que Ele é soberano, mas sim um ditador.

Além disso, o texto inspirado diz que, mesmo Israel sendo uma Teocracia, o Senhor não interferiu nas escolhas erradas que o povo fez, tanto de reis quanto de príncipes.

Se numa Teocracia Ele respeitou as decisões do povo, imagine em nossa forma de governo?!

Ele é soberano e também “cavalheiro”. Sendo assim, respeita a livre escolha de Suas criaturas. Mesmo que venham a colher o que plantaram (Gálatas 6:7).

E tem que ser assim, pois a liberdade de escolha é uma das bases do Seu amor soberano (Deuteronômio 30:15-20; 1 João 4:8, 16).

Desse modo, com base em Oséias 8:4, quando alguém lhe disser que Deus “escolhe todos os governantes”, além dessa pessoa ser ignorante em matéria bíblica, sem querer está sendo insensata, pois, por uma questão de lógica, teria de assumir que Deus escolheu Adolf Hitler, por exemplo, para matar pelo menos de 6.000.000 de judeus, segundo algumas fontes. (Só para dar um exemplo)

Sim: Quem pensou em usar Daniel 2:21 e Romanos 13:1-5 para refutar o que escrevi, precisa estudar e diferenciar dois conceitos teológicos muito importantes: vontade permissiva e a vontade decretiva de Deus.

Quando Hitler, Mao Tsé-Tung, Nicolás Maduro, Fidel Castro, Daniel Ortega (entre outros perversos) assumiram o poder, isso se deu pela vontade permissiva do Criador, não por causa da vontade decretiva de Deus. Afinal, Ele não escolhe pessoas que contrariam os interesses Dele para a sociedade (lembre-se de Oséias 8:4). Quem escolhe é o povo ou o ditador.

Em Resumo

1. Mesmo que Deus não seja o responsável de forma direta pela eleição de todos os governantes, por meio de Sua vontade decretiva (Daniel 2:21; Romanos 13:1-5);
2. Mesmo que Deus seja o responsável apenas indiretamente através Sua vontade permissiva (Oséias 8:4);
3. É nosso dever orar por tal governante (1 Timóteo 2:1-5). Além disso, não devemos alimentarmos o ódio em nosso coração, mesmo que seja natural senti-lo (Efésios 5:26-27). Se esse líder permitirá que a oração surta efeito nele, dependerá de ele abrir o coração ao Espírito Santo. Aí, está na alçada divina, não mais na nossa.

Em síntese, sigamos em frente em nossa missão de pregar o puro evangelho de Cristo, livre dessas pautas progressistas satânicas. E isso sem medo de ninguém, nem mesmo do Diabo (leia Romanos 8:31-39!).

Defendamos os valores cristãos (1 Pedro 3:15), amemos as pessoas aprendendo a separar o pecado do pecador (João 13:35), e não nos calemos diante do mal. Afinal, basta os bons se calarem para os maus triunfarem.

Conclusão

Não menos importante, se um governante exigir de você algo que contrarie os princípios do governo supremo do Criador, nesse caso (apenas nesse caso) você tem a autorização de Deus para desobedecer a tal governante ímpio. Não importa quem seja:

“‘Nós lhes ordenamos firmemente que nunca mais ensinassem em nome desse homem’, disse ele. ‘E, mesmo assim, vocês encheram Jerusalém com esse seu ensino e querem nos responsabilizar pela morte dele!’ Pedro e os apóstolos responderam: ‘Devemos obedecer a Deus antes de qualquer autoridade humana” (Atos 5:28-29).

Fora isso, nosso dever é respeitar as autoridades, gostemos delas ou não.

E, jamais esqueça: Não somos chamados a revolucionarmos a sociedade jogando ricos contra pobres, mas a revolucionarmos os corações das pessoas com a mensagem de salvação, que une a todos – ricos e pobres – ao redor da cruz (Gálatas 3:27-29).

A revolução da sociedade não virá por meio do Marxismo, mas do Novo Nascimento (João 3:1-8) e da Regeneração por parte do Espírito Santo (Tito 3:5), e da Palavra inspirada de Deus (1 Pedro 1:23).

Desejo muita fé, paz e coragem a todos nós.

Um abraço!

Prof. Leandro Quadros.