Leandro Quadros

Luta de Classes e Socialismo Não Ajudam os Pobres

luta de classes e socialismo

Antecipadamente, a Bíblia não se harmoniza com Karl Marx, assim como água e óleo não se misturam. Do mesmo modo, são antagônicos os conceitos bíblicos a marxismo quanto à “luta de classes”.

Por exemplo: Diferentemente de Marx e Engels, Ellen G. White, autora cristã e cofundadora do adventismo ensinou (com base nas Escrituras) que a melhor maneira de ajudar os pobres é aliviá-los da culpa por meio do Evangelho.

Nesse ínterim transcreverei somente um texto dela e, em breve, disponibilizarei outros, em um novo vídeo que gravarei.

Enquanto isso, leia este trecho extraído da obra “O Libertador”:

“Seja qual for o chamado na vida, nosso primeiro interesse deveria ser ganhar outros para Cristo. Podemos não ser capazes de falar para congregações, mas podemos trabalhar por indivíduos. Perto e longe existem pessoas oprimidas pela culpa. NÃO SÃO as dificuldades ou a pobreza que degradam a humanidade; e sim a culpa e os malfeitos. Cristo quer que Seus servos ministrem aos corações doentes pelo pecado” (Grifos acrescidos).[1]

Comentário da citação

Agora preste atenção no breve comentário a seguir, com base nos GRIFOS feitos na citação acima. Para White, além de evangelizarmos as pessoas que estão próximas a nós:

  • ‘O primeiro interesse deveria ser ganhar outros para Cristo’ – não para a ideologias humanas, muito menos a do ateu Karl Marx.
  • A maior opressão pela qual as pessoas passam é a culpa pelo pecado, não a “opressão da burguesia”, como alegam os que nada conhecem do puro Evangelho de Jesus Cristo.
  • Mesmo a pobreza sendo algo horrível (veremos noutro post, e no vídeo que prometi), ela NÃO É o que mais degrada a humanidade. O que mais destrói a natureza humana, além da culpa, são os malfeitos.

Em contrapartida, em Manifesto do Partido Comunista, Karl Marx e Friedrich Engels escreveram:

“As leis, a moral, a religião, são para ele [proletário] outros tantos preconceitos burgueses, atrás dos quais se escondem outros interesses burgueses”.[2]

 

Grave a opinião de Karl Marx sobre a religião: preconceito burguês. Isso é totalmente oposto contrário do que diz Paulo em Romanos 1:16:

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Nova Almeida Atualizada)

Água e óleo não se misturam

Após essa breve comparação, quem tentar “harmonizar” marxismo com fé cristã deve ter algum problema. E sérias dificuldades com raciocínio lógico básico.

Em acréscimo, também no Manifesto do Partido Comunista, na p. 105, nos “Estatutos das Ligas Comunistas”, essa posição contra a religião é reforçada.

No Artigo 2º, que apresenta as condições para ser membro da Liga, os autores escreveram algo muito curioso. Entre as condições para a afiliação à Liga, eles foram taxativos:

“Profissão de fé comunista” (3ª condição do Artigo 2º)

 

Ou seja: Ellen G. White ensina (entre outras coisas) que a melhor forma de ajudar aos pobres é levá-los a Cristo, e ajudá-los a se livrarem da culpa do pecado.

Por sua vez, Marx diz que a religião faz parte dos “preconceitos burgueses” (p. 76). Além disso, ele afirma que, para ser membro da Liga Comunista, deve-se ter fé comunista (p. 105). Não há espaço para qualquer outro tipo de fé que não seja a dele (sim: o Marxismo pode ser considerado uma espécie de “religião”).

Sendo assim, aplicando as palavras de Cristo de Mateus 6:24 à presente análise, é impossível servir à fé cristã e à fé comunista:

“Ninguém pode servir a dois senhores, pois odiará um e amará o outro; será dedicado a um e desprezará o outro…” (Mt 6:24).

 

Enfim, para quem quer ver, é marcante o contraste entre as soluções propostas por Ellen White (fé cristã) e por Karl Marx (fé comunista).

Dessa forma, propor-se a misturar ambas as ideologias é o mesmo que tentar harmonizar ateísmo e cristianismo, evolucionismo e criacionismo, espiritismo e judaísmo-cristão (etc.).

Mais especificamente, defender um marxismo cristão é tão incoerente quanto a defesa do evolucionismo teísta. Ou seja, não faz sentido!

O castigo divino virá

Por outro lado, pelo menos Marx e Engels foram honestos com suas próprias convicções e filosofia. Em contrapartida, “cristãos marxistas” terão de prestar contas a Deus, se não se arrependerem do apego a esse tipo de ideologia:

“Que aflição espera os que chamam o mal de bem e o bem de mal, a escuridão de luz e a luz de escuridão, o amargo de doce e o doce de amargo! Que aflição espera os que são sábios aos próprios olhos e pensam ter entendimento!” (Is 5:20-21 – NVT).

 

Definitivamente, enquanto Karl Marx e Friedrich Engels ensinaram que o que mais oprime aos pobres é a “burguesia”, Ellen White ensinou algo muito diferente:

🎯 O que mais os oprime são: a culpa e os malfeitos. Por isso, devemos levá-los a Cristo (fé cristã), não ao Marxismo (fé comunista).

Luta de classes 

Para finalizar, a única “luta de classes” de importância eterna, e da qual todos (ricos e pobres) fazem parte é a de Efésios 6:12:

“Pois nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais.” (Nova Versão Transformadora).

 

Em outras palavras, o texto bíblico ensina que nossa luta, ao invés de ser contra seres humanos (“inimigos de carne e sangue”), se dá no âmbito espiritual.

Isso quer dizer que a classe opressora contra a qual todos (ricos e pobres) devem lutar são os demônios, anjos caídos (cf. 2Co 11:13-14; 1Pe 5:8; Ap 12:7-9). A tal luta de classes proposta por Mark e Engels nada tem a ver com as Escrituras – e nem com a real história humana.

Além do mais, a verdadeira “luta de classes” que se dá no âmbito espiritual, só pode ser vencida com a ajuda divina (Ef 6:13-18; Tg 4:7; Ap 12:12), do grande General Jesus Cristo.

Luta de classes e a falsa generalização

Deve-se considerar que, mesmo existindo ricos exploradores, não é honesto generalizar. Afinal, há muitos ricos benevolentes, enquanto que há pobres que também oprimem outros pobres.

Por sua vez, o Espírito Santo, ao invés de separá-los por meio de uma “luta de classes”, quer unir ricos e pobres ao redor da cruz:

“Pois todos vocês são filhos de Deus por meio da fé em Cristo Jesus. Todos que foram unidos com Cristo no batismo se revestiram de Cristo. Não há mais judeu nem gentio, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos vocês são um em Cristo Jesus. E agora que pertencem a Cristo, são verdadeiros filhos de Abraão, herdeiros dele segundo a promessa de Deus” (Gl 3:26-29).

 

Certamente, isso o Marxismo nunca fará, até porque Karl Marx jamais se propôs a isso.

Desse modo, essa ideologia ateística e falida, se não abandonada, minará a fé. Ao mesmo tempo, impedirá a pessoa de cumprir a missão de pregar o verdadeiro Evangelho.

Em suma: desviará o cristão do foco que deve ser dado ao conflito cósmico-histórico entre Cristo e Satanás (Ap 12:7-12). Consequentemente, sua derrota espiritual será praticamente inevitável.

Referências

[1] Ellen G. White, O Libertador: O Desejado de Todas as Nações Na Linguagem de Hoje (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2019), p. 472-473.

[2] Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto do Partido Comunista, 3a ed. (São Paulo: EDIPRO, 2015), p. 76.

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Sobre o Autor
Prof. Leandro Quadros

Com mais de 20 anos de ensino sobre a Bíblia em igrejas, congressos e programas de TV e rádio, desenvolvi diversos conteúdos – e-books, audiolivros e cursos; para compartilhar os meus aprendizados e tornar acessíveis temas teológicos complexos.

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