Leandro Quadros

Manifesto do Partido Comunista, Bíblia e Ellen White

O que você verá no post

Foge do escopo do presente artigo defender qualquer vertente política. Pretende-se unicamente contrastar a obra Manifesto do Partido Comunista[1], do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) e de seu principal colaborador, Friedrich Engels (1820-1895), com a Bíblia[2] e com alguns trechos do livro Atos dos Apóstolos[3], de Ellen G. White (1827-1915). White foi cofundadora do adventismo do sétimo dia.

Veremos o que essas três obras têm a dizer sobre os seguintes tópicos: (1) Luta de classes; (2) Sociedade; (3) Religião; (4) Fé; (5) Família; (6) Estado e (7) Propriedade Privada.

Em síntese, esse contraste servirá para que o leitor possa avaliar mais objetivamente certas ideias de Marx e Engels, sob a ótica da revelação profética.

Ao final, veremos se é possível haver coerência na vida cristã de alguém que, ao mesmo tempo em que professa crer em Jesus Cristo e na Bíblia, defende certos ideais de Karl Marx para sociedade.

De antemão, recomenda-se que o leitor só comente sobre o post após a leitura do mesmo. Afinal, sem isso não poderá fazer uma análise objetiva dos fatos e argumentos. Pela falta de leitura corre-se o risco de opinar sem conhecimento. A pessoa é movida pela emoção, e a razão é posta de lado. O resultado é um comentário áspero e sem dados comprobatórios, que venham a sustentar os pontos de vista discordantes.

Dessa forma, sugere-se que o leitor siga o conselho do apóstolo Tiago:

“Entendam isto, meus amados irmãos: estejam todos prontos para ouvir, mas não se apressem em falar nem em se irar. A ira humana não produz a justiça divina” (Tg 1:19-20).

Tabela Comparativa

A tabela a seguir se constitui num recurso acessível para que todas as pessoas possam comparar as obras supracitadas. Logo, poderão ver se há ou não harmonia ideológica e filosófica entre elas.

Desde já, leia-a com calma e medite no que estiver lendo. Se no decorrer da leitura ficar com raiva, respire profundamente algumas vezes. Acalme-se e não se deixe levar pelos pensamentos de ódio. Afinal, tais pensamentos embotam a razão e o bom senso, fazendo com que deixemos de lado as ideias e passemos a considerar as pessoas.

Ao final do quadro comparativo apresentarei algumas das conclusões lógicas que podem ser inferidas desta breve análise das três obras.

Por outro lado, se discordar das conclusões (ou quiser contribuir com a presente discussão, caso concorde), sinta-se à vontade para expressar-se através dos comentários. Comentários deselegantes ou sem fundamentação bíblica ou filosófica serão deletados.

👉 CLIQUE AQUI PARA BAIXAR A TABELA COMPARATIVA.

Enfim, mais conclusões poderão ser extraídas a partir desse quadro comparativo entre o Manifesto do Partido Comunista, a Bíblia e o livro Atos dos Apóstolos, de Ellen G. White. Todavia, por uma questão de espaço, apresentarei algumas delas. Os sete pontos a seguir apresentam as conclusões referentes aos sete tópicos analisados no quadro acima.


** ATENÇÃO: Não leia o restante do post sem ter lido a tabela!


1. Luta de Classes: No Manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels viam a “luta de classes”, proletários contra burgueses, como o centro da história humana. Por outro lado, a Bíblia e Ellen White viam que tal luta era (e é) entre classes de anjos, bons e maus (cf. Ap 12:7-12), não entre classes de seres humanos (burguesia e proletariado). Noutra citação do quadro acima, White afirmou que a luta é entre a Igreja e os anjos maus. Definitivamente, ela aponta que essa luta é um conflito de ordem cósmica, não simplesmente um “conflito social”, como afirma Manifesto do Partido Comunista e outras obras de Karl Marx.

O conflito cósmico (Ef 6:12; Ap 12:7-12) envolve coisas muito mais profundas e complexas do que uma “luta de classes” entre seres humanos mortais, que estão longe de usar toda sua capacidade cerebral. Acrescenta-se a isso o fato de a Bíblia e Ellen G. White apresentarem pobres e ricos como sendo iguaisunidos através da cruz. Assim, a Bíblia não promove a luta entre classes, mas a igualdade, unidade e a paz entre as classes por meio da cruz e do evangelho. White até recomenda que os pobres levem o evangelho aos ricos!

2. Sociedade: Marx e Engels viam a sociedade como “dividida”, um “campo hostil”, onde as duas classes estão em conflito direto. Por sua vez, a Bíblia e Ellen G. White demonstram que Abrão era um homem muito rico e, mesmo tendo empregados, o pai da fé não é retratado como um “opressor burguês”. Definitivamente, Karl Marx e Friedrich Engels jamais concordariam com a bela visão bíblica apresentada sobre esse homem rico, entre outros (ver Jó 1:1-3; 1Rs 4:20-34, etc.). Além disso, a Palavra de Deus ensina que todos, ricos e pobres, fazem parte da família de Cristo, foram unidos por meio do batismo, e são herdeiros de Abraão (homem rico e pai da fé) segundo a promessa.

3. Religião Para o Manifesto do Partido Comunista, a religião está entre “os outros tantos de preconceitos burguês”, e que se deveria promover um “novo evangelho social”. Por outro lado, as Escrituras e White veem a moral e a religião não como instrumentos de dominação da burguesia, mas como oriundas de Deus. Logo, a igreja é a “noiva de Cristo”, “instrumento apontado Deus por Deus para a salvação de homens”.

Em conclusão, um “novo evangelho social” não tem lugar no evangelho de Cristo, que é único em sua natureza espiritual. “Jesus respondeu: ‘Meu reino não é deste mundo. Se fosse, meus seguidores lutariam para impedir que eu fosse entregue aos líderes judeus. Mas meu reino não procede deste mundo’” (João 18:36).

4.: Marx e Engels, nos estatutos da Liga dos Comunistas (8 de dezembro 1847), apresentam com uma das condições para ser membro fazer profissão de fé comunista. Por outro lado, a Bíblia e Ellen G. White ensinam que existe só uma fé verdadeira, a de Cristo, a “fé do evangelho”. Em suma, apenas por essa fé que devemos “batalhar”, como diz Judas 1:3.

5. Família: O livro Manifesto do Partido Comunista fala em “supressão da família”, que a “enganadora retórica burguesa sobre família e educação” é “repugnante”. Simultaneamente, a obra recomenda a introdução de “um sistema abertamente legalizado de amor livre”. Por outro lado, a Bíblia e White incentivam a relação entre pais e filhos, e a vê como sagrada. Ao mesmo tempo, orientam que a Palavra de Deus deve ser a regra pela qual a vida doméstica deve ser guiada.

Definitivamente, (como visto no quadro acima) o contexto familiar cristão foi fundamental para que ele se tornasse o cidadão e líder de influência que veio a se tornar. Quanto ao amor livre defendido por Marx e Engels, a Bíblia apresenta um padrão mais elevado para o ser humano, justamente por não o ver como resultado de um processo evolutivo (ver Gn 1:26-27). A Bíblia recomenda não satisfazer às concupiscências, e a ter um casamento satisfatório para diminuir a possibilidade da impureza sexual (ver 1Co 7:3-5).

6. Estado: Para os referidos autores do Manifesto do Partido Comunista, o Estado deveria ser comandado pelo proletariado e tomado à força. Em contrapartida, a Bíblia e Ellen G. White dizem que devemos respeitar as autoridades constituídas por Deus. Afinal, se rebelar contra elas é se rebelar contra Deus e ficar sujeito à justa punição (ver tb Rm 13:1-5). Simultaneamente, ensina-se que o cristão deve ser obediente às autoridades como “um dever sagrado”. A não ser no caso em que elas nos peçam para desobedecermos à autoridade suprema que é Deus (At 5:29). Além disso, White escreveu que não devemos “desafiar as autoridades”.

7. Propriedade Privada: Marx e Engels dizem que o objetivo do comunismo é suspender a propriedade privada e “destruir todas as garantias e seguranças da propriedade privada”. De conformidade com isso, na pág. 88, recomenda-se que nos países mais avançados, tome-se, entre outras medidas. Essas seriam a “abolição do direito de herança” e “confisco da propriedade de todos os emigrados e rebeldes”. Na pág. 87, os autores afirmam que a revolução, “em princípio, só pode acontecer mediante intervenções despóticas no direito de propriedade e nas relações de produção burguesas…”

De acordo com a Bíblia, pegar o que é dos outros (seja à força ou não) é roubo, transgressão aberta ao 8º mandamento do Decálogo. Dessa forma, os ladrões inconversos “não herdarão o reinos dos céus” (1Co 6:10).

De conformidade com o texto bíblico, White diz que “unicamente homens estritamente temperantes e íntegros devem ser admitidos em nossas assembleias legislativas”. Isso para que as propriedades, a reputação e a própria vida não se achem em insegurança “quando deixadas ao juízo de homens intemperantes e imorais”. Do mesmo modo, ela incentiva as pessoas a terem seus bens seguros, aproveitarem seus rendimentos e aumentarem suas posses pela confiança em Cristo. Juntamente com isso, ela afirma que não se deve esquecer de investir no avanço do evangelho e no socorro aos pobres.

Em conclusão, a análise de apenas esses sete pontos nos mostra a total incompatibilidade entre Cristianismo e Marxismo[5] .Com tal conhecimento, qualquer cristão que se manifesta a favor de tal ideologia, está sendo incoerente com a fé cristã. Por isso, segundo a Bíblia tal cristão é passível de juízo:

“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” (Is 5:20).

 

O editor de Manifesto do Partido Comunista informou:

“O fato de o comunismo haver absorvido o ateísmo levou a Igreja Católica a declarar a incompatibilidade de sua doutrina com a religião cristã e, por decreto do Santo Ofício, em 1949, proibiu os católicos de se filiarem ao comunismo sob pena de excomunhão”[6].

 

Definitivamente, neste ponto o catolicismo foi totalmente coerente. Na opinião pessoal do presente articulista, que não representa a voz oficial da igreja na qual é membro, o exemplo da Igreja Católica (neste aspecto) deveria ser seguido de forma semelhante também pelas religiões protestantes, incluindo a Igreja Adventista do 7º Dia.

Manifesto do Partido Comunista: o que há de correto

Ao mesmo tempo em que não há harmonia entre Cristianismo e Marxismo, o Manifesto do Partido Comunista apresenta pouquíssimas propostas boas, que deveriam ser levadas em conta.

Por exemplo:

* Na página 73 (ver também p. 80-81, onde há a mesma preocupação dos autores. Porém, a solução oferecida está errada) falam contra o “descer o salário a um mesmo nível baixo”. Isso está em harmonia com o princípio bíblico de 1 Timóteo 5:18 que diz: “Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário” (veja-se também Mt 10:10). Afinal, “o que oprime ao pobre insulta ao seu Criador…” (Pv 14:31). Certamente terá de prestar contas a Ele (cf. 2Co 5:10), e colherá os frutos de tamanha maldade: “O que oprime ao pobre para enriquecer a si ou o que dá ao rico certamente empobrecerá” (Pv 22:16).

* Na página 89 do Manifesto do Partido Comunista, os autores recomendam a “educação pública gratuita para todas as crianças”. Isso é admirável e necessário, se a educação for acompanhada de um ensino de qualidade e não for doutrinadora política. O problema é que na visão Marx e Engels, os pais não devem intervir na educação que o Estado comunista deveria dar aos próprios filhos. Isso é extremamente perigoso, de modo que a proposta do Manifesto do Partido Comunista vai contra o plano de Deus:

“Ouça, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, o Senhor é único! Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de toda a sua força. Guarde sempre no coração as palavras que hoje eu lhe dou. Repita-as com frequência a seus filhos. Converse a respeito delas quando estiver em casa e quando estiver caminhando, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as às mãos e prenda-as à testa como lembrança. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões” (Dt 6:4-8). Pais, não tratem seus filhos de modo a irritá-los; antes, eduquem-nos com a disciplina e a instrução que vêm do Senhor (Ef 6:4).

 

Obviamente, as duas propostas supracitadas deveriam ser levadas em conta desde que não fossem implantadas em um regime comunista. Afinal, se tal regime não deu certo em país algum até o presente momento, é óbvio que nunca dará certo, pois já teve tempo de sobra para comprovar sua eficácia. Como afirmou Margaret Thatcher: “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”.

Havendo mais pontos positivos na referida obra, em harmonia com o texto bíblico, sinta-se o leitor à vontade para me informar. Poderei agregá-los a essa pequenina lista.

Considerações Finais

Primeiramente, muitos cristãos que simpatizam com ideias de Karl Marx são sinceros no que acreditam. Sonham com um mundo melhor para todas as pessoas, no qual haja justiça social. Por outro lado, a forma de melhorarmos o mundo é através da filosofia judaico-cristã. De nossa influência e testemunho pessoal. E isso com a atuação do Espírito Santo (Jo 3; 16:8; 16:13-14) no processo de regeneração e santificação do ser humano.

Ao mesmo tempo em que devemos fazer a nossa parte para aliviarmos o sofrimento do próximo (Dt 15:11; Mt 25:35-40; Lc 3:10-11; Ef 4:28, etc.), não deve ser esquecido que o mundo perfeito só existirá com a 2a Vinda de Cristo. Enfim, nossas esperanças de um mundo perfeito e justo precisam estar em Deus e na volta de Jesus, não em ideologias políticas, quaisquer que sejam elas:

“Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pe 3:10-13).

 

Por mais bem intencionado que um “cristão marxista” seja, ele não pode harmonizar a fé cristã com o marxismo. Até mesmo porque a base de Marx era ateística, e sua visão de mundo materialista. Para ser coerente consigo mesmo, tal cristão teria de escolher entre uma coisa ou outra.

Afinal, contrariando o princípio cristão de não pagar o mal com o mal (Rm 12:17), Marx e Engels escreveram:

“Os comunistas se recusam a ocultar suas opiniões e seus propósitos. Declaram abertamente que os seus fins só podem ser alcançados pela transformação violenta de toda ordem social até hoje existente. Que as classes dominantes tremam ante uma revolução comunista! Nela os proletários nada têm a perder, a não ser os seus grilhões. Têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos![7]

 

De acordo com Richard J. Sturz:

“O marxismo de uma certa maneira, não passa de uma heresia do cristianismo. Ao invés de abolir a religião o marxismo torna-se a religião secular. Seus ensinos são apresentados como substituto para as doutrinas cristãs”.[8]

 

Para demonstrar esse fato, em seu artigo Sturz apresentou um quadro comparativo elaborado por Charles W. Lowry, em sua obra Communism and Christ:[9]

👉 CLIQUE AQUI PARA LÊ-LO.

Enfim, por tudo o que foi exposto no presente post, conclui-se que Norman Geisler estava correto quando afirmou:

“O marxismo apresenta um idealismo admirável de objetivos (utopia), mas demonstra um registro miserável de realizações. A realidade nos países marxistas levou milhões mais para perto do inferno que do paraíso. Embora o objetivo da comunidade perfeita seja desejável, o meio revolucionário de atingi-lo resultou numa destruição em massa inédita na história humana[11]. Do ponto de vista cristão, o meio de transformar a humanidade não é a revolução, mas a regeneração. A liberdade não é pelo nascimento de um novo governo, mas pelo nascimento de uma nova pessoa interior – isto é, o novo nascimento[12]

Referências

[1] Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto do Partido Comunista, 3ª ed. (São Paulo: Edipro, 2015).

[2] As traduções adotadas neste artigo foram a Nova Versão Transformadora (Editora Mundo Cristão) e Almeida, Revista e Atualizada (Sociedade Bíblica do Brasil).

[3] Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, 9ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013).

[4] Ellen G. White, Temperança, 3ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 47. Essa foi a única citação não extraída do livro Atos dos Apóstolos.  Os grifos foram acrescidos.

[5] Extremamente importante para uma análise mais aprofundada, é o artigo “O Marxismo e a Fé Cristã”, escrito por Richard J. Sturz. Encontra-se em Colin Brown, Filosofia e Fé Cristã: Um Esboço Histórico desde a Idade Média até o Presente, 2ª ed. (São Paulo: Vida Nova, 1999), p. 207-221.

[6] Marx e Engels, Manifesto do Partido Comunista, p. 32.

[7] Ibid., p. 104. Grifos acrescidos.

[8] Richard J. Sturz, “O Marxismo e a Fé Cristã”, em Colin Brown, Filosofia e Fé Cristã, p. 218.

[9] Citado por Colin Brown em Filosofia e Fé Cristã, p. 218-219.

[10] Nós, Adventistas do Sétimo Dia, cremos que o milênio será no Céu (Jo 14:1-3; 1Co 6:2-3; Ap 20:4-6). Após esse período, com a descida da Nova Jerusalém ao nosso planeta (Ap 21 e 22), a Terra será restaurada para ser a eterna morada dos salvos (2Pe 3:10-13).

[11] Por causa do comunismo, ocorreram cerca de 100.000.000 de mortes, segundo Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek e Jean-Louis Margolin em O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror e Repressão, 16ª ed. (São Cristóvão, RJ: Bertrand Brasil, 2019).

[12] Norman Geisler, Enciclopédia de Apologética: respostas aos críticos da fé cristã (São Paulo: Vida, 2002), p. 559. Ver “Marx, Karl”. Grifos acrescidos.

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16 respostas

  1. Professor, bastante aprofundada suas considerações. Estudei bastante a obra de Marx na faculdade, especialmente O Capital. A filosia marxista está dentro do humanismo e como tão não tem base bíblica, visto que o homem é pecador e precisa ser regenerado. Embora tenhamos classes sociais com interesses materiais antagônicos, na concepção bíblica não há acepção de pessoas pois todos são dignos de salvação. A proposta marxista é de conseguir a “justiça social” pela supressão da propriedade privada e da ascenção do proletariado. O cristianismo sabe desde o princípio que isto não é possível devido a natureza egoísta e pecaminosa do homem. Em última análise somente a transformação em Cristo de cada pessoa da sociedade podemos vislumbrar um mundo mais igualitario e justo.

  2. Últimas notícias, após vitória esmagadora dos Socialistas em Portugal: “Embaixada Brasileira registra “zero”pessoas fugindo de Portugal”…Outra coisa… Também os países nórdicos tem os melhores índices de qualidade de vida, bem-estar , distribuição de renda e inclusão social… Coincidência? Todos eles têm governos com o Partido Socialista como maioria…Por aqui, com o novo governo, pessoas tirando o que comer de dentro da caçamba de caminhão de lixo…Creio caber uma explicação do nosso amado Professor Leandro…

  3. Creio que não foi intencional por parte do estimado e sincero Professor Leandro Quadros mas, é honesto esclarecer o contexto da obra ou panfleto intitulado “Manifesto daquele momento histórico.
    Após o feudalismo, a industrialização e urbanização trouxeram grandes transformações sociais. Os “abençoados por Deus” e cruéis senhores feudais, deram origem aos bonachões empresários industriais enquanto os paupérrimos, sofridos e “esquecidos por Deus”, aos operários estes sem nenhuma qualificação herdada do campo precário que os empregava. Para os “abençoados” muito e muito mais fortunas. Mas, os que mais sofreram com essas mudanças foram os operários devido às precárias condições de moradia e de saneamento das áreas onde habitavam, pois os trabalhadores eram obrigados a se contentar com os locais abandonados pela população, locais que se compara às atuais favelas.
    A rotina de trabalho destes trabalhadores era extremamente cansativa, podia alcançar uma jornada diária de até 16 horas, em geral, trabalhava-se enquanto a luz do sol permitia. Uma rotina sem descanso, o trabalho seguia até mesmo aos domingos, suprimiram-se os dias santificados e reduzia-se cada vez mais as possibilidades de descanso dos trabalhadores.
    Esses operários recebiam baixíssimos salários e se viam em constante risco de desemprego, pois a falta de empregos e o excesso de mão de obra, proporcionam aos industriais um verdadeiro exército de reserva, que poderá substituir o operário, doente ou grevista, sem qualquer dificuldade de arranjar outros trabalhadores. Além do mais estes operários não recebiam nenhum auxílio caso adoecessem, se acidentassem ou por envelhecimento. Era muito comum as mortes e mutilações pois as condições eram as mais insalubres possíveis.
    Uma boa parcela dessa massa de operários era formada por mulheres e crianças, que desde a mais tenra idade são obrigadas a trabalhar. Além de enfrentarem todas essas duras condições de trabalho, esse grupo recebia salários inferiores aos homens. Dessa maneira, não se podia imaginar uma família, uma vez que devido as péssimas condições desses empregados, as esposas e filhas deles eram costumeiramente assediadas e exploradas pelos patrões os quais, além de não respeitarem suas próprias esposas, era comum serem os pais não reconhecidos dos filhos de muitas dessas pobres e miseráveis mulheres. Em outras palavras, só existia “Família Abençoada” (e bem hipócrita) para os exploradores e perversos patrões. Daí a crítica também à “Família”, contido no panfleto escrito em 1848 e denominado “Manifesto do Partido Comunista dos autores Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-895).
    Nesse contexto de exploração e de péssimas condições de vida e de trabalho é que surge o pensamento socialista moderno, como uma forma de crítica à exploração capitalista.
    Enquanto isso, também no século XIX, obviamente e com muito respeito mas com um pouco de ironia, no aconchegante lar dos White, Ellen “Barbie” White, James “Ken” White e outros “mauricinhos teológicos” norte americanos, nada desse pesadelo acontecia ou os inspirava. Devido ao sofrimento e abandono desses pobres e “amaldiçoados” operários e operárias, nesse novo tipo de escravidão, será que podemos atribuir ao próprio Deus a responsabilidade pela criação da dita obra de Engels/Marx ? Se Deus tivesse banido a escravidão desde o início da humanidade e feito juízo bem rigoroso e merecido aos opressores não seria necessário os trabalhadores se organizarem para combater as ditas “propriedades” e “famílias” dos “possuídos por Satanás”.

  4. Então ouvi outra voz dos céus que dizia:
    “Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam! Pois os pecados da Babilônia acumularam-se até o céu, e Deus se lembrou dos seus crimes”. (Apc 18:4-5 NVI)
    Eis o tempo de voltarmos a nossa face para o Senhor e com humildade de espírito reconhecemos que somente Ele é capaz de fazer uma verdadeira mudança. Não existe solução para os problemas aqui neste mundo. “ Portanto, celebrem-no, ó céus, e os que neles habitam! Mas ai da terra e do mar, pois o Diabo desceu até vocês! Ele está cheio de fúria, pois sabe que lhe resta pouco tempo”. (Apc 12:13 NVI)
    A nossa única esperança é Jesus!

  5. Caríssimo. Após leitura atenta de vossas comparações, curioso estou em ver algo igual em relação ao sistema economico inverso, o Capitalismo. Curioso em saber onde ele deu certo. Caso tenha, apenas me indica o link. Que a paz esteja contigo sempre. Incomensuravelmente grato.

  6. A ditadura de esquerda e de direita massacram a população. Chega um ponto em que a população explorada cansa de passar fome e age de alguma forma, semelhante ao que ocorreu na antiga Iuguslávia, onde se revoltaram e acabaram com a ditadura e com a vida do ditador. Se não houvesse tal levante, provavelmente, duraria muito mais anos. Estariam erradas essas pessoas que derrubaram tal poder, onde até a nossa igreja se beneficiou mesmo não ajudando em nada na revolução? E se membros de nossa igreja tivessem participado de tal ato, eles estariam errado? Combater tiranos, despostas e corruptos através da divulgação comprovada de seus atos, incentivando outros a acabarem com tais situações é errado? Fazer de conta que está tudo bem só porque tal governo é de direita, mas é tão ou mais corrupto que o anterior, é correto para um cristão? Afinal como igreja e como cidadão, o que devemos fazer quando a situação se torna intolerável? Esperar que outros ajam por nós? Na verdade, destesto o comunismo, principalmente pelo seu foco em destruir aquilo que Deus é e o que O representa, por outro lado, temos o abuso e a manipulação daqueles que ama o dinheiro e divinizam o capitalismo como algo da vontade de Deus, para justificar a falsa meritocracia, o que para mim também é hediondo. Vejo apenas dois sistemas muito bem manipulados por Satanás para afastar o maior número de pessoas de Deus.

  7. REFUTAÇÃO DO ARTIGO “MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA, BÍBLIA E ELLEN WHITE”…

    Caro Ricardo: retirei seu link do meu site porque não promovo qualquer tipo ideia marxista.

    Porém, tenha certeza de que refutarei seu artigo. O mesmo demonstrou para mim seu desconhecimento do assunto, especialmente, no campo teológico. Sua interpretação do que a Bíblia diz sobre “classes dominantes” revela seu total desconhecimento de hermenêutica bíblica.

    Em breve voltaremos a faltar.

    Deus o guarde.

  8. Acredito que caso o senhor não conheça esse artigo, vale a pena da uma olhada, ele se chama:1844: Coincidência ou Providência?
    Ademais, agradeço pela visão e posicionamento perante um assunto de grande relevância.

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Sobre o Autor
Prof. Leandro Quadros

Com mais de 20 anos de ensino sobre a Bíblia em igrejas, congressos e programas de TV e rádio, desenvolvi diversos conteúdos – e-books, audiolivros e cursos; para compartilhar os meus aprendizados e tornar acessíveis temas teológicos complexos.

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